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sábado, 29 de agosto de 2009

O Centro Josué de Castro, Recife, Pernambuco, Brasil, comemora 30 anos de atividade.
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Ao comemorar 30 anos de fundação, programou para o segundo semestre de 2009 a seguinte agenda de seminários e palestras:
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Agosto – Dia 21
09:00h – Inauguração Sala de Exposição Permanente do Centro com a mostra
da Obra do Cientista Josué de Castro
10:00h – Painel: Josué de Castro no Exílio
Ana Maria Castro – filha de Josué de Castro e doutora em sociologia
José Arlindo Soares – CJC/UFPB
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Agosto – dia 28
19:00h – Lançamento com debate do Livro de Elenaldo Teixeira:
“Sociedade Civil e o Papel Civil das Organizações”.
Apresentação: Maria do Carmo Araújo
Debate: Tereza Wanderley- CJC
Jose Arlindo Soares – CJC/UFPB
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Setembro – dia 01
19:00h – Mesa Redonda: Pobreza , Migração e Globalização
Rossana Rocha Reis (USP) – “Globalização e Pobreza”
Teresa Sales (Unicamp/CJC) – “Migrações Internacionais de Brasileiros”
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Setembro – dia 11
19:00h – Seminário Fatores de Localização das Cidades do Recife, Rio de Janeiro e São Paulo
Odete Seabra (USP) – A cidade de São Paulo
Helion Póvoa Neto (IPPURR/UFRJ) – A cidade do Rio de Janeiro
Paulo Reynaldo (CJC) – A cidade do Recife
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Setembro – dias 15 e 16
Seminário Viabilização do Semi-Árido do Nordeste (programação em parceria com o IMIP)
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Outubro – dia 01
19:00h – Painel – Poética e Literatura na obra de Josué de Castro
Francisco Foot Hardnam - Unicamp
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Outubro – dia 08
19:00h – Painel - Tendências atuais da Responsabilidade Social das Empresas
Josias Albuquerque - SENAC
Lúcia Pontes - CJC/JCPM
Marcos Magalhães - ICE
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Outubro – dia 09
19:00h – Painel - Pesquisa, Mídia e Democracia Contemporânea
Antonio Lavareda- CJC/MCI
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Outubro – dia 16
17:00h – Painel – Planejamento Participativo e Poder Local
Novas Experiências – José Arlindo Soares – CJC – UFPB
Sergio Buarque – CJC – UPE
Amélia Reynaldo - Unicap
Júlio Lóssio – Prefeito de Petrolina
Zeca Cavalcante – Prefeito de Arcoverde
Elias Gomes – Prefeito de Jaboatão

Compareçam!!
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

II SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE CULTURA, IMAGINÁRIO E MEMÓRIA DA AMÉRICA LATINA
Imaginários Juvenis Latinoamericanos: Participação, Cultura e Sociabilidade

14 a 16 de outubro de 2009 – UFPR – Curitiba - Paraná
Submissão de Trabalhos até 21/09/09, às 23h59min

Mais informações: http://www.humanas.ufpr.br/evento/ImaginariosJuvenis/

Este Seminário é uma promoção do Centro de Estudos sobre Cultura e Imagem da América Latina – CECIAL, vinculado ao Grupo de Pesquisa Imagem e Conhecimento CNPq/UFPR, do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPR.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Anais online da II Reunião Equatorial de Antropologia

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Foram divulgados os ANAIS online da II Reunião Equatorial de Antropologia / XI Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste, acontecidas na cidade de Natal, RN, entre os dias 19 a 22 de agosto de 2009.
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Os Anais contém os trabalhos completos apresentados nos vários Grupos de Trabalho durante o Encontro, e podem ser consultados gratuítamente no endereço http://www.cchla.ufrn.br/REA2009/?pg=publi
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domingo, 23 de agosto de 2009


PROGRAMAÇÃO COMPLETA
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Quarta-feira – 26/08/09
LOCAL: Pantheon18h
Inscrições
18h30
Olhares Cruzados: movimentos sociais em pauta na academia
Tema: Corpos & Identidades
Liga Brasileira de Lésbicas (LBL)
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR)
Quinta-feira – 27/08/09
LOCAL: Auditório do ILEA
8h30
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Inscrições
9h
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Abertura: Profa. Ceres Víctora (PPGAS/UFRGS/NUPACS)
9h30
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1ª sessão: CORPOS & PODERES
Debatedores: Profa. Zulmira Borges (UFSM) e Prof. Caleb Faria Alves (UFRGS)
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Apresentações:
Rodrigo de Don Braga (Graduação em Medicina/ULBRA)
Título: Homofobia: Olhares dos estudantes de medicina
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Priscila de Oliveira Bolzan (Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UNISINOS)
Título: Práticas de Saúde entre prostitutas de segmentos populares da cidade de Santa Maria/RS
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Bianca de Vasconcellos Sophia (Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/UERJ)
Título: O movimento pró-anorexia e pró-bulimia na internet: uma reflexão sobre as práticas alimentares, saúde e doença, corpo e identidade
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Daiane Maus Marques (Programa de Pós-graduação em Psicologia Social/UFRGS)
Título: O corpo homossexual na clínica psicológica
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12h
Intervalo para almoço
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14h
2ª sessão: CORPOS & RITUAIS
Debatedores: Profa. Maria Eunice Maciel (PPGAS/UFRGS) e Prof. José Otávio Catafesto (UFRGS)
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Apresentações:
Lige Mara Rauber Bortolotti (Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/UFSM)
Título: A desconstrução do sujeito mulher: algumas questões para pensar a sexualidade das mulheres no envelhecimento
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Rodrigo Toniol (Graduação em Ciências Sociais/UFRGS)
Título: O corpo do caminhante e o sentido de saúde da caminhada: um estudo etnográfico entre ecoturistas
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Jardel Fischer Loeck (Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/UFRGS)
Título: Observações gerais sobre a adicção e os grupos de Narcóticos Anônimos
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Vitor Simonis Richter (Graduação em Ciências Sociais/UFRGS)
Título: Corpo e Mímesis: construção de alteridades
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16h
Coffee Break
Exposição de pôsters
Comissão julgadora: Profa. Rosana Pinheiro Machado (UFRGS) e Prof. Rafael Devos (UFRGS)
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17h
Nupacs 20 anos
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Sexta-feira – 28/08/09
LOCAL: Auditório do ILEA
9h
3ª sessão: CORPOS & SENTIDOS
Debatedores: Profa. Cláudia Fonseca (PPGAS/UFRGS) e Prof. Luiz Fernando Dias Duarte (UFRJ/PPGAS/MN)
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Apresentações:
Alexandre Peres de Lima (Graduação em Ciências Sociais/UFRGS)
Título: Mulheres e crianças entre os compadres: uma breve incursão na questão de gênero e pessoa dentro das redes de reciprocidade de uma comunidade quilombola urbana de Porto Alegre
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Lucas Manassi Panitz (Programa de Pós-graduação em Geografia/UFRGS)
Título: Corpo, Paisagem e Identidade: uma contribuição ao tema a partir da música popular platina
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Cauê Fraga Machado (Graduação em Ciências Sociais/UFRGS)
Título: Doença e cura no Quilombo da Casca: os bons e os maus encontros
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Paulina Maria Caon (Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas/USP)
Título: Educação e cultura corporal em Praia Grande (Vale do Ribeira - SP) - um estudo de caso
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11h
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
Prof. Dr. Luiz Fernando Dias Duarte
(Museu Nacional - UFRJ)
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Debate Final
Divulgação do prêmio dos pôsters
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Inscreva-se!
INSCRIÇÃO – OUVINTE - até 25 de agosto por e-mail ou no local

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

RBSE - Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 8, n. 23, agosto de 2009 - no ar!

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CONVITE!
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Convidamos aos amigos visitarem o último número da RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 8, n. 23, de agosto de 2009 - ISSN 1676-8965. A RBSE é uma revista eletrônica de acesso gratuito do GREM – Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções. A RBSE pode ser encontrada no seguinte endereço eletrônico: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/Index.html.
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Este número conta com a colaboração de: Mauro Guilherme Pinheiro Koury; Maria Jimena Mantilla; Rachel Irwin; Anne Gabriele Lima Sousa; Renzo Ramírez; Eric Hobsbawn e Angelina Martins.
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Cordialmente,
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Mauro Koury
Editor
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INVITATION!
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We invite the friends to visit the last number of the RBSE - Brazilian Journal of Sociology of Emotion, v. 8, n. 23, August of 2009 - ISSN 1676-8965. The RBSE is an electronic journal of free access of the GREM - Group of Research in Anthropology and Sociology of Emotions. The RBSE can be found in the following electronic address: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/Index.html .
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This issues has contributions of: Mauro Guilherme Pinheiro Koury; Maria Jimena Mantilla; Rachel Irwin; Anne Gabriele Lima Sousa; Renzo Ramírez; Eric Hobsbawn e Angelina Martins.
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Cordially,
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Mauro Koury
The Editor

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Artigos do Professor Mauro Koury no Scielo

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Recomenda-se, aqui, dois artigos sobre fotografia publicados em períodicos nacionais e que se encontram no site da Scientific Electronic Library Online - Scielo.

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RESUMO - Como responderiam à questão do uso da fotografia mortuária os habitantes urbanos moradores das capitais dos estados brasileiros no final do século vinte? É essa a pergunta principal deste artigo, tendo como limite geográfico a cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Nele se busca traçar um perfil do comportamento urbano brasileiro e, aqui, especificamente, de Belo Horizonte, sobre a morte e o morrer no final do século vinte, bem como o papel da fotografia na lapida ção e direção desse contorno.
Palavras-chave: Fotografia Mortuária, Belo Horizonte, História dos Costumes
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ABSTRACT - As the urban inhabitants of the capitals of the Brazilian states in the end of twenty century would answer the question of the use of the mortuary photograph, it is the main question of this article, having as geographic limit the city of Belo Horizonte, capital of the state of Paraíba. This paper searches to trace a profile of Brazil.s urban behavior on the death and dying in the end of twenty century, as well as the role of the photograph in the stonecutting and route of this shape.
Keywords: Mortuary Photography, Belo Horizonte, History of Costums
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O segundo artigo foi publicado na Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 19, n. 54, de 2004, da ANPOCS, intitulado: "Fotografia e Interdito", ("Photography and interdict")
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RESUMO - Este ensaio trabalha com a problemática do interdito e sua relação com o objeto fotográfico. Discute as imagens traumáticas como representações culturais do sofrimento social, suas apropriações para propósitos políticos ou morais, e o uso social do sofrimento como um componente da política econômica globalizada contemporânea. Analisa, ainda, a criação de um mercado pulsante para imagens e discursos sobre o tema.
Palavras-chave: Fotografia; Interdito; Sofrimento social; Código moral; Representações culturais.
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ABSTRACT - This paper works with the problem of the interdict and its relationship with the photographic object. It discusses traumatic images as cultural representations of social suffering, its appropriations for either moral or political purposes, and the social use of suffering as a component of the contemporary globalized economic politics. It also analyses the creation of a vigorous market for both images and speeches on the theme.
Keywords: Photography; Interdict; Social suffering; Moral code; Cultural representations

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sábado, 8 de agosto de 2009

Fotografar a Morte

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Como parte das comemorações dos 15 anos de atividades do GREM se reproduz, agora, a entrevista-ensaio "Fotografar a Morte", realizada com o Professor Mauro Guilherme Pinheiro Koury pela CNIS de Portugal, em 2004, e publicada no mesmo ano no seu jornal mensal Solidariedade.
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Fotografar a morte*
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Por Mauro Guilherme Pinheiro Koury**
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Porque é que se fotografa a morte? Mauro Koury procurou respostas através de um inquérito levado a cabo na cidade brasileira do Recife, entre 1995 e 1997. Inquérito englobado num estudo que busca compreender as atitudes dos brasileiros face ao luto e aos rituais da dor de quem perde um ente querido. Dos sessenta e nove entrevistados, 43,48% tinham formação académica ao nível da licenciatura, com 39,13% registando ensino secundário completo. Os inquiridos possuíam uma educação formal acima da média brasileira, o mesmo acontecendo em relação aos proventos auferidos. O universo auscultado pertencendo, então, às classes média e alta daquela cidade nordestina.
"92,75% frequentavam religião, contra 7,25% que afirmaram não possuir qualquer tipo de religião. Dos que aceitam alguma forma de religiosidade, 62,32% são católicos, 21,74% evangélicos e 8,70% de outras religiões (afro-brasileiras, espiritismo, religiões orientais)" - detalha o professor universitário Koury, para a seguir nos dar conta das conclusões do seu estudo.
Perguntados se possuem o hábito de fotografar os seus mortos, 84,06% afirmaram que não, contra 15,94% que disseram ter o costume da fotografia mortuária. É interessante notar que todos os evangélicos afirmaram não possuir o hábito, tendo muitos deles frisado a diabolização presente no costume, sendo condenado pela Igreja como um apego a práticas mundanas, que pecam, sobretudo, por condenar o morto ao inferno e os que o praticam de nunca poderem aspirar à salvação. São, sobretudo, os católicos que atestam a afirmação do uso da prática da fotografia de seus entes queridos mortos. A fotografia mortuária parece significar para alguns uma forma de retenção da face da boa morte, costume medieval que buscava diagnosticar através da face do morto se ele chegaria em paz ao céu, e se tinha cumprido todos os compromissos terrenos antes da hora do trespasse.
Os inquiridos que afirmaram não fotografar, responderam que a religião não permite (5,80%) ou que a fotografia mortuária era um desrespeito ao morto (15,94% das respostas). Neste tipo de informação, a religião, enquanto uma instância desindividualizadora, ou seja, superior ao indivíduo, parece actuar como o principal centro de referência e informação do sujeito em relação à fotografia mortuária.
O desrespeito ao morto parece estar relacionado com a dessacralização da morte nele representada, com os malefícios para o bem-estar celeste dele e para a salvação e possível intermediação do morto com o além para com os que ficaram. O não uso da fotografia mortuária está preso assim às amarras de uma atitude relacional, em que a religião tece as redes e dirige os seus nós para assegurar a configuração final.
Interessante, porém, é a verificação de que 31,88% dos entrevistados preferem lembrar o ente querido em vida.
Acreditam que a lembrança do morto quando em vida ameniza a solidão e torna possível uma evocação sentimental do que se foi pelos que ficam. A fotografia mortuária, por sua vez, parece prolongar a dor e é vista como uma atitude mórbida, por fixar a morte como elemento de recordação.
É o que parecem pensar também os 7,25% dos recifenses que informaram, explicitamente, que não utilizam esse costume, simplesmente para evitar recordações da dor. E mesmo os 4,35% que informaram ter pavor só em pensar na fotografia mortuária.
Para estas três categorias, a morte deve ser esquecida, se não se pode ainda domá-la e vencê-la. As atitudes do registro do corpo morto amado são rotuladas de mórbidas, olhadas com desdém. Os entrevistados que informaram ter o costume de fotografar os seus mortos, representam 15,94% dos entrevistados recifenses. As suas respostas situaram o costume como tradição (5,80%), ou como uma espécie de última lembrança do ente querido que partiu (10,14%).
As respostas relacionadas com a tradição indicam, por sua vez, a manutenção de um hábito familiar, vindo dos antepassados e conservado pelos avós e pelos pais.
O outro grupo imputa tal prática à busca de obtenção de um registro que seja a última lembrança do parente morto. Neste caso, não parece ser apenas a face da morte retratada, mas o processo de morrer. Muitos frisaram, ao lado do questionário, possuírem o registro fotográfico dos últimos momentos em vida de alguns dos seus entes queridos até à despedida final, quando o caixão é depositado na cova ou na caixa funerária.
É interessante notar que na cidade do Recife ainda hoje encontramos, junto aos cemitérios mais populares e nas centrais de velórios, fotógrafos profissionais que se oferecem aos familiares para o registro final do morto enquanto velado, ou no cortejo até a última morada. Conversando com alguns deles, revelaram sobreviver basicamente desse tipo de registro, cobrando em média cinco reais por cada foto revelada.
Essas fotografias não servem apenas para rememorar a morte do ente que se foi, mas também, e principalmente, para serem enviadas para aqueles parentes, próximos ou amigos, que não puderam assistir aos momentos finais do ente amado.
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* - Entrevista-Ensaio concedida Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) de Portugal, em 2004, e publicada no jornal Solidariedade, órgão da CNIS, em dezembro de 2004. A entrevista-ensaio refere-se ao Relatório sobre Luto e Sociedade para a cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, Brasil, parte integrante de uma pesquisa mais vasta sobre Luto e Sociedade no Brasil, na qual foram entrevistadas 1304 pessoas, distribuídas pelas 27 capitais de estados do Brasil, entre os anos de 1994 e 1999. Para a pesquisa mais ampla ver Koury, MGP, Sociologia da Emoção: O Brasil urbano sob a ótica do luto (Petrópolis, Vozes, 2003) e Koury, MGP Imagem e Memória. Ensaios em Antropologia visual (Rio de Janeiro, Garamond, 2001).
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** - Uma versão mais ampla do Relatório sobre Luto e sociedade para a cidade do Recife, que serviu de base para a entrevista-ensaio para a CNIS foi publicada sob o título “A Fotografia Mortuária na Cidade do Recife, Pernambuco: Indicadores de um Imaginário Urbano sobre Fotografia e Morte nos Finais da década de 1990” na Revista Studium, n. 5, 2001.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Reproduzimos aqui um ensaio-reportagem de Iara Biderman, jornalista free-lancer, publicada no jornal Folha de São Paulo do dia 12 de fevereiro de 2004, sobre amizade. Nessa reportagem, em homenagem ao dia da amizade, Iara entrevistou vários especialistas no assunto, entre eles, o Prof. Mauro Koury, coordenador do GREM.
Essa reportagem foi muito comentada e bastante reproduzida por bloggers brasileiros e outros jornais on-line.
Segue, agora, a reportagem da Iara.
Pesquisadores tentam explicar a amizade

IARA BIDERMAN
Amizades, paixões, ternura: temas que, à primeira vista, parecem ser de interesse apenas da vida privada, assunto particular, já atraem pesquisadores de várias ciências, das humanas às médicas. No Brasil, o Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções (GREM), especialização ainda pouco conhecida, estuda os mecanismos que sustentam fenômenos considerados subjetivos como as amizades e o modo como estas moldam a sociedade e são moldadas por ela.
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"Ao ser amigo, eu deixo de ser singular, tenho regras, mesmo que implícitas, de conduta, de comportamento, de afeto. Amizades fazem com que as pessoas consigam administrar um tipo de vida, ter projetos como indivíduo, atuar e cumprir seu destino na sociedade", diz o antropólogo Mauro Koury, professor da Universidade Federal da Paraíba e coordenador do GREM.
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Amizade aqui é entendida como a duradoura, a sólida, ressalva que se faz ainda mais necessária por causa da banalização da palavra --o brasileiro chama de amigo o garçom, o flanelinha e até o desconhecido a quem pede uma informação na rua. Mas as amizades longas são as que contam.
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"Amizade que acaba é porque nunca começou. Se não for algo que sai do pragmático, do imediato, não é verdadeiro", diz o filósofo e colunista da Folha Mario Sergio Cortella.
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Esse "ciclo longo" de relacionamento, segundo denomina o antropólogo José Guilherme Magnani, do Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo, não tem como base o trabalho ou lealdades específicas. A disponibilidade de trocas a longo prazo é o que sustenta as parcerias no decorrer do tempo, diz o antropólogo.
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O que faz surgir aquela amizade "para sempre" está além das explicações da razão. "Não é optativo. Todos tropeçam em pessoas com quem teriam esse tipo de relacionamento, mas podem reconhecê-las ou não naquele momento", diz o psicanalista Armando Colognese Jr., supervisor do curso de formação em psicanálise do Instituto Sedes Sapientae, de São Paulo.
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Embora não se conheça por completo a química da amizade, Colognese acredita que ela não acontece, pelo menos na forma duradoura e produtiva, com pessoas muito iguais entre si. "A amizade requer aquele raro ponto médio entre semelhança e diferença", escreveu o filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882).
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Outra característica que diferencia as amizades de longa data é a possibilidade de confronto sem ruptura. "Se você me importa, eu me incomodo com você. Incomoda-me se você está certo, errado, o que você fala e até a forma de você se vestir", diz Cortella.
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Amigo é quem pode falar aquilo que não gostamos de ouvir. O administrador de bufê Walter Pires Jr., 46, viveu essa situação com a fonoaudióloga Gláucia Domingues, 45, sua amiga há mais de 30 anos. Pires conta que, certa vez, disse à Gláucia que discordava do caminho que ela estava tomando no campo sentimental. A resistência da fonoaudióloga a ouvir os conselhos do amigo o levou a encerrar o assunto, mas não sem antes avisar: "Tudo bem, mas não peça mais a minha ajuda". Pires acredita que essa frase tenha feito "cair a ficha" e, passado o tempo regulamentar de cicatrização de mágoas, a amizade voltou a ser o que era.
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A possibilidade de superar mágoas também é pressuposto e resultado de amizades duradouras, diz Colognese. Requer maturidade, é óbvio, e também uma das maiores virtudes do ser humano, segundo o psicanalista, que é a capacidade de reconhecer os próprios limites e saber onde procurar o que falta --e a amizade é um espaço privilegiado para essa busca.
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As amizades longas são mais raras porque, mesmo que surgidas num golpe do acaso, dão muito mais trabalho. "Amigo pede dinheiro emprestado, bebe, dá um trabalhão, mas você sabe que um dia estará carregando a alça do caixão dele e chorando sua partida sem saber bem o motivo", diz Cortella. É um esforço mais de compreensão e aceitação do diferente do que de convivência física. "Nem é preciso encontrar-se sistematicamente, há um pressuposto de que a amizade exista", diz o antropólogo Mangnani. Na amizade sólida, o tempo é uma contingência. Não afasta, apenas adia.
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Ao lado da afinidade e do respeito, a criação de certos rituais reaviva o pacto de confiança ou lealdade que, para Koury, é elemento fundamental da amizade longa. Ele diz que, em certas sociedades, como as indígenas, os rituais são muito precisos, com regras predeterminadas. Na sociedade ocidental, os rituais são criados um pouco aleatoriamente.
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