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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Série Pesquisas em Desenvolvimento, n. 02 - Junho de 2009

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Publica-se, hoje, neste Blog, o segundo número da Série Pesquisas em Desenvolvimento. Esta Série tem por objetivo a publicação e a divulgação dos Resumos Expandidos das Pesquisas em Desenvolvimento pelo corpo de pesquisadores do GREM, neste ano de 2009.
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Nesta Série, que teve o seu número 01 publicado em 12 de junho de 2009, serão postados resumos individuais dos pesquisadores com um informe sobre suas pesquisas e uma pequena bibliografia referencial de apoio. Será informada, também, a linha de pesquisa do GREM a que estão vinculadas.
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O número 02 da Série Pesquisas em Desenvolvimento publica o Resumo Expandido da pesquisa do pesquisador Alexandre Paz Almeida. A pesquisa em desenvolvimento de Alexandre Almeida tem como objetivo a obtenção do título de Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco.
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A pesquisa de Alexandre Almeida está vinculada a Linha de Pesquisa do GREM: Medos Urbanos, Violência, Ruínas e a Construção das Cidades.
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Vamos, então, para o segundo número da Série Pesquisas em Desenvolvimento.
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Título da Pesquisa: As Praças Aristides Lobo e Pedro Américo: espaço de cultura, sociabilidade e contradições no centro de João Pessoa, Paraíba, Brasil
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Pesquisador: Alexandre Paz Almeida
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Resumo: Este trabalho intitulado As Praças Aristides Lobo e Pedro Américo: espaço de cultura, sociabilidade e contradições no centro de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, Brasil, faz parte de um projeto de pesquisa de doutoramento que venho desenvolvendo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vinculado ao Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções (GREM) da UFPB, coordenado pelo professor Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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No GREM trabalhei na pesquisa sobre Medos Corriqueiros e Sociabilidade Urbana, coordenada pelo Prof. Mauro Koury, o que resultou em uma monografia de final de curso em Ciências Sociais, na Universidade Federal da Paraíba, defendida no ano de 2005, tendo o referido coordenador como orientador. Ao dar continuidade a pesquisa sobre Medos Urbanos, pude também desenvolver uma pesquisa sobre Cotidiano e Sociabilidade em um bairro popular de João Pessoa, resultando em uma dissertação de mestrado, defendida em fevereiro de 2008, na Universidade Federal da Paraíba, intitulada de A Cidade, O Bairro e a Rua: um estudo sobre cotidiano e sociabilidade em Valentina de Figueiredo, João Pessoa, Paraíba.
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Ao compreender os processos de sociabilidade e cotidiano no meio urbano, pude perceber como a lógica do espaço se faz presente enquanto modeladora da vida de grupos e indivíduos que compartilham experiências comuns ou não. O espaço, desse modo, figura como o lócus de trocas de experiências, posição e imposição social, refletindo os anseios e ações dos indivíduos que nele estão imersos, seja através de relações pessoalizadas ou impessoalizadas, o que se torna, de certa forma, um campo onde podemos compreender os significados emocionais e simbólicos, culturalmente construídos no cotidiano e nas formas de sociabilidade, que Simmel (2006) define como lúdicas e contraditórias.
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O Espaço Como Categoria Sociológica
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Pensar um espaço urbano como categoria sócio-antropológica, é também buscar compreender um ambiente em que os diversos atores sociais projetam possibilidades, afirmam identidades, vivenciam ambigüidades, tensões e vários fatores que Simmel (1979) definiu como sendo unicamente metropolitano e moderno. Assim seria a vida nas cidades modernas: contraditória, entediada, carregada de tensões entre o espaço habitado e a vivência dos sujeitos enquanto construtores deste espaço, que se em alguns momentos traz algo de lúdico, por outro lado, faz do conflito algo determinante na formação de um sujeito e de uma identidade moderna, ou como Louis Wirth (1979) prefere, constrói “híbridos biológicos e culturais(1).” Desse modo, a cidade se apresenta com seus aspectos que propiciam a diversidade e diferença cultural, econômica e social, firmados sobre conceitos que delimitam e distinguem categorias que podem ser analisadas sob um universo empírico e suscetível de análise teórica.
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Neste sentido, é basicamente sobre o conceito de heterogeneidade que a sociologia vem se firmar como disciplina que busca uma compreensão do meio urbano e suas nuanças. Os espaços da cidade, desse modo, são compreendidos através da diferença e das reproduções que os atores sociais vivenciam e comungam experiências de redes associativas, de conflitos e experiências de vida emergentes de relações sociais, presentes como forma de integração ou desintegrarão dos grupos relacionais dentro de uma cotidianidade bastante definida. Cotidianidade esta que estrutura a permanência ou não dos indivíduos dentro de redes associativas, bem como os identifica dentro de práticas de compartilhamento, sociabilidades e interações, definidas geograficamente e temporalmente.
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Entre outros aspectos da cidade moderna e ainda observando a idéia de heterogeneidade cultural, também podemos perceber que este ambiente conflituoso e instável, constrói um lócus onde os indivíduos, imersos em relações impessoais e anônimos, são compelidos a uma permanente luta por reconhecimento e por afirmação identitária. Esse ambiente da cidade moderna surgiu por volta da metade do século XIX, através de um capitalismo industrial que vai segregar o caráter idílico das relações sociais, quebrando radicalmente com todas as formas de sujeição feudal, substituindo antigos agrupamentos por formas dispersas, exacerbando contradições sob um intensificado processo de alienação e racionalização das relações sociais, dos atores individuais e dos espaços compartilhados (LEFEBVRE, 2004).
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É bom deixar claro que o conceito de espaço (2) possui uma ampla ressonância, sendo freqüentemente usada na sociológica como significação de um lugar habitado. Portanto, o lugar também pode ser considerado um espaço habitado. O espaço, como categoria sociológica, somente ganha significado quando os homens conseguem habitar ou, simplesmente, demarcar aquele local para suas atividades relacionais ou não. Diferente de espaço e lugar, o conceito de habitar, provém de uma idéia de residir, morar. Todavia, o espaço e o lugar só existem quando se habita. Nessa perspectiva, Augé (1994) vai definir o não-lugar como o um espaço que, diferente do lugar – que é mais relacional, compartilhado e identificado, fazendo histórias e memórias – é totalmente desconexo enquanto projeto de reconhecimento e história social. Segundo Augé, a supermodernidade funda não-lugares, ou seja, espaços sociais que, apesar de serem públicos, quebram com a idéia de compartilhamento. Hotéis, supermercados, aeroportos e estações de metrô, entre outros lugares, são considerados por Augé como não-lugares.
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Percebe-se que o espaço (principalmente os citadinos) significa e ressignifica através das conseqüências e mudanças sociais e individuais, que rapidamente ocorrem em um tempo que parece está cada vez mais submetido ao cotidiano moderno (BAUMAN, 2004; LEFEBVRE, 1998) predominando o sentido de ser e estar, localizado no agora (ELIAS, 1994; KOURY, 2003), em outras palavras, a idéia de viver e se projetar apenas em um tempo-espaço presente parece se fortificar cada vez mais.
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Não obstante, o sentido ou a finalidade de uma praça transcende referências sócio-espaciais e históricas, sendo contextualizada dentro de suas especificidades enquanto projeto arquitetônico desenvolvido, supostamente, com a emergência da polis que diferencia radicalmente da estrutura “feudal”. As praças, bem como ruas, casas, monumentos, entre outras formas de arquitetura da polis, são expressões totalmente distintas dos antigos feudos, que agregavam, esporadicamente, alguns cidadãos em regiões dispersas (SENNETT 2008).
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Diante de tais circunstâncias, está pesquisa pretende compreender a lógica do espaço urbano – através de uma perspectiva sociológica contemporânea e urbana – que racionalmente se modifica, estruturando novos caminhos e possibilidades para se pensar o sentido de cidade enquanto modeladora da vida social e cultural. Neste sentido, a pesquisa se debruça em duas praças do centro da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, buscando, através dos atores sociais que nela estão presentes e se fazem presentes, compreender a lógica do espaço como transformadora das práticas sociais e culturais no meio urbano contemporâneo.
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Primeiras observações e considerações sobre as Praças Aristides Lobo e Pedro Américo
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Bachelard (1985, p.56) afirmou que “somente na vida social e no intercambio das paixões os homens podem viver os conflitos e contradições de seu destino”, no entanto, a paisagem seria um panorama natural que complementaria as vicissitudes de um mundo desfigurado por devaneios da imaginação humana. A paisagem, como espaço elementar para concretude da vida moderna, seria esboçada em imagens que complementariam a imaginação e a concretização do lugar, que por mais que se modifique, estaria eternamente presente na imagem gravada, compartilhada e vivenciada (KOURY 1998). Paisagem, imagem e memória se integrariam sob a dinâmica do espaço presente e ausente (3).
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Presente enquanto real, ausente enquanto imagem e memória, eis a lógica do espaço que se torna concreto, imaginado, histórico ou nostálgico, pois, quem nunca contemplou a imagem de uma paisagem, urbana ou não, em uma fotografia ou apenas no olhar, e não se sentiu extremamente cativado por aquele local? A paisagem, assim como Santos (2008 p. 67) vai definir, figura tudo aquilo que: “nós vemos, que nossa visão alcança, é a paisagem. Está pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. É formada não apenas de volumes, mas também de corres, movimentos, odores, sons etc”.
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As praças Aristides Lobo e Pedro Américo fazem parte desta paisagem da cidade de João Pessoa, onde suas corres, seus sons, sua imagem e todos os tipos de percepções subtraídos por nossos sentidos, fazem das praças um espaço que se concretiza com o movimento intenso dos diversos indivíduos que, anônimos, conhecidos, desconhecidos, com práticas diárias, transeuntes, etc. complementam nossa percepção do lugar, do espaço e da paisagem urbana contemporânea.
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Situadas no centro da capital, serviu e serve de palco para muitas manifestações artísticas e culturais da cidade. Espaço público de entretenimento, lazer e comércio, as duas praças são separadas apenas pelo Comando da Polícia Militar do Estado da Paraíba, este, construído por volta dos anos de 1864, foi projetado, primeiramente como teatro, todavia foi destinado para funcionar como sede do Thesouro Provincial e posteriormente transformado em Secretaria da Agricultura (nome que se encontra na parte externa do prédio, sentido Praça Aristides Lobo) e por fim, Comando da Polícia Militar. O prédio é tombado pelo IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba. O Theatro Santa Roza, localizado na Praça Pedro Américo, é considerado marco da arquitetura moderna do século XIX e ponto de referência turística e de manifestações culturais da cidade de João Pessoa.
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A importância de estudar duas praças centrais da cidade de João Pessoa, não se dá apenas por suas nuanças enquanto espaço configuracional de organização social e territorial da cidade e seus aspectos modernos de compartilhamento e preservação do espaço público (neste ultimo caso, é bom salientar que alguns cientistas sociais compreendem que a atual fase da modernidade tende a fragmentar não só a idéia de espaço público, mas a própria relação social parece esta fadada a impessoalidade e o anonimato dos sujeitos, por conseqüência de uma forte individualização e racionalização propagada pelo cotidiano moderno [4]), mas também saber como os atores sociais compartilham e vivenciam um local que, se de um lado apresenta o pitoresco, por outro lado funda contradições e dramaticidades nas relações arquitetadas cotidianamente.
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As praças Aristides Lobo e Pedro Américo, de certa forma, se enquadram na configuração pitoresca de uma cidade interiorana. Seu ambiente interno não possui quadras de esportes ou parques infantis, mas grandes arvores e vários bancos que a circundam. Com um comércio diversificado, que vai desde a venda de artesanatos, a floriculturas artificiais, passando pela informalidade dos fotógrafos “lambe-lambe” (5) e das prostitutas que marcam seu espaço de trabalho diariamente a partir das cinco horas da tarde, as praças são também circuladas por um amplo comércio de lojas de eletrodomésticos e roupas (6). Situadas em um ponto estratégico do centro de João Pessoa, o seu acesso se dá por várias avenidas principais, sendo a Guedes Pereira, passando pelo viaduto Damásio Franco, os mais comuns, o que torna os seus arredores bastante movimentados pelo fluxo constante de ônibus e carros.
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A presença de transeuntes, consumidores, trabalhadores do comércio, policiais militares, assim como religiosos que ocupam seu espaço para pregações e evangelização, como os grupos de idosos que sentam nos bancos ao entardecer, também são figuras sociais presentes no interior das praças, são atores localizados em um tempo e espaço específico, marcados por um cotidiano moderno que, por ser imperceptível, (LEFEBVRE 1998; BAUMAN 2004, 2005; HELLLER 1998) dificilmente torna possível a percepção das rápidas mudanças e transformações sociais, ambientais e culturais.
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As praças aqui estudadas se tornam um amplo espaço de sociabilidade, de reconhecimento, de trabalho, de lazer e - mesmo mantendo peculiaridades do espaço público habitado e planejado: bem localizado, arborizado, de fácil acesso - as tensões e contradições podem ser percebidas nas minúcias do cotidiano imperceptíveis aos olhos dos vários atores sociais que nela se fazem presente. Neste sentido, o espaço público para lazer ou comercio, para reconhecimento daqueles usuários habituais ou transeuntes, também é palco de contestação ao poder público por melhores condições de trabalho ou lazer (FRÚGOLI JR, 2000), de incômodo e reclamação com as prostitutas que trabalham lá, de se sentirem desprezados por não serem mais reconhecidos profissionalmente, como é o caso dos lambe-lambes.
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As praças Aristides Lobo e Pedro Américo, dessa forma, se tornam palco de investigação desta pesquisa, onde, através de seus tipos sociais, se buscará entender a lógica do espaço público-relacional; as configurações e reconfigurações sociais e históricas, culturais e simbólicas do local como elemento norteador de sociabilidade e identidade (DaMATTA, 1987; KOURY, 2003; MENEZES, 2000) .
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Conclusão
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É nas formas de apropriação destes dois espaços urbanos, do centro da cidade de João Pessoa, que se procurará analisar as referências identitárias construídas pelos diferentes sujeitos, bem como de que maneira as intervenções modernizadoras no espaço modificam e redefinem identidades, estruturam redes de sociabilidade, definindo uma cultura, se assim podemos chamar, diversificada e diferenciada, ou seja, heterogenia.
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Nesta perspectiva, para se compreender as tramas de sociabilidade no meio urbano, é fundamental se perceber a organização do espaço, com seus lugares e fenômenos de deslocalização (7), (MENEZES, 2000), bem como as diversas representações sociais que são moldadas dentro de um espaço usual, ou seja, compartilhado e vivenciado por grupos e indivíduos singulares, mas interdependentes enquanto construtores de um ambiente comum e reconhecido (ELIAS, 1994), o que segundo Koury (2005), vai estabelecer formas de apropriação de um espaço, que além de gerar núcleos de construção simbólica sobre o lugar, também fomentará um sentimento de pertencimento e uma atribuição de significado ao lugar, refletindo-se na significação dos próprios atores sociais que habitam a cidade. Atores que compartilham situações semelhantes, que vivenciam experiências em um tempo-espaço presente no cotidiano, formando imagens mentais e históricas comuns aquele social e grupo específico (DaMATTA, 1987). Por fim, para se entender a problemática entre indivíduos e espaço, deve-se buscar uma idéia de conjunção entre as vidas que habitam e pensam, que se relacionam e constroem o espaço enquanto elemento referencial de uma identidade grupal e individual.
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Notas
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[1] Para Wirth, assim como Simmel, a cidade moderna e industrial é um campo de complexidade humana, onde se agrupa um grande número de indivíduos heterogêneos, que compartilham um tipo de cultura, caracterizado por papeis sociais superficiais e relações fragmentadas.
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2 Na filosofia de Kant, o espaço, assim como o tempo, faz parte de uma estética transcendental, ou seja, é perceptível ao nosso espírito, mas independe de nossa realidade concreta para existir. Em Kant, ainda percebemos como o espaço e o tempo são categorias fundamentais para compreensão de nossa existência física, metafísica e material.
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3 SANTOS (2008. p. 67 e 68) denominará a paisagem como o conjunto das coisas que se dão diretamente aos nossos sentidos, onde o espaço, (que é sujeito a diversas transformações e configurações) resultará de um casamento entre o território, a paisagem e a sociedade. Ver SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado.
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4 Sobre este assunto ver os trabalhos de (BAUMAN, 2004; 2005) (LEFEBVRE, 1998; 2004) (KOURY, 2003ª) (SENNETT, 1998) e (HARVEY, 1993).
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5 É bom ressaltar que os fotógrafos lambe-lambe estão neste local e nesta profissão há mais de trinta anos, tentando, ainda, mesmo sem utilizar as antigas técnicas de fotografar e revelar, sobreviver pela uma forte tradição que os insere dentro um espaço-tempo que sobrevive pelo simples fato de preservação de uma identidade e memória coletiva e individual.
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6 Na Atenas de Péricles, por volta de 430 a.C. as praças eram os espaços mais freqüentados pelos cidadãos atenienses, nelas pessoas ricas ou pobres caminhavam livremente, entretanto, eventos cerimoniais e políticos não poderiam ser contemplados por escravos e estrangeiros (SENNETTE 2008). Sennett (2008) também nos mostra que, na antiga Atenas, somente poucos cidadãos tinha o privilégio de se expressar no interior das praças, onde apenas homens de letras mantinham o domínio do discurso político, todavia atividades de comércio e lazer faziam parte do cotidiano das ágoras naquele período.
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7 Segundo Menezes, o ato de deslocar pode ser simbólico, ou seja, signos e significados representados e construídos pelos diversos atores, como também representa uma mudança ou invenção de um lugar.
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Bibliografia
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