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Em continuidade ao Projeto MEMÓRIA DO GREM, nas comemorações dos seus 15 anos de atividade, se publica mais uma Apresentação na série de apresentações à exposições fotográficas. Desta feita é publicada a Apresentação Mostra Ensaio para a revista Caros Amigos, em 1998.
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MOSTRA ENSAIO
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Mauro Guilherme Pinheiro Koury
Mauro Guilherme Pinheiro Koury
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A fotografia revela e esconde simultaneamente, em um misto de arte e realidade onde o olhar reflexivo é capturado primeiramente como estética absolutamente sentimental sobre o processo de visão de uma realidade - fotográfica, - na qual se debruça. O real da foto é singularmente a realidade que a foto apresenta, que se mistura ao olhar que vê e a realidade imaginária das relações que fundam esse olhar, como uma curva de vida particular. A realidade fotográfica é, assim, sempre uma construção estética amparada nas configurações do real de vários olhares que fundam a constituição final do produto fotografia no público. Sempre uma construção social, por embaralhar nos diversos olhares que a compuseram, singularidades imaginárias da constituição de um povo, que apresenta os elementos necessários à compreensão comum de olhares singulares sobre o mesmo conjunto e, ao mesmo tempo, instituição da diferença pela especificidade que cada olhar possui, pelas experiências diversas que o alinham a um núcleo comum mas o faz também único - indivíduo singular, sujeito de suas experiências, criador.
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Essencialmente simbólico o jogo, no qual o fotográfico se apresenta enquanto construção social, revela a polifonia de possibilidades na constituição de um mundo comum. Revela a multiplicidade de cumplicidades que faz o olhar único ser compartilhado como olhares simultâneos e comuns necessários à prática de uma sociabilidade. Revela, enfim, a sensibilidade do olhar que captura recortes e ângulos da multifacetada face do cotidiano fazer dos homens, onde se debruçam outras sensibilidades em olhares que observam o produto capturado e o remete a novas singularidades expressivas da reflexão onde se estabelecem as bases da compreensão e do pensamento.
Essencialmente simbólico o jogo, no qual o fotográfico se apresenta enquanto construção social, revela a polifonia de possibilidades na constituição de um mundo comum. Revela a multiplicidade de cumplicidades que faz o olhar único ser compartilhado como olhares simultâneos e comuns necessários à prática de uma sociabilidade. Revela, enfim, a sensibilidade do olhar que captura recortes e ângulos da multifacetada face do cotidiano fazer dos homens, onde se debruçam outras sensibilidades em olhares que observam o produto capturado e o remete a novas singularidades expressivas da reflexão onde se estabelecem as bases da compreensão e do pensamento.
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O perigo do jogo desses diversos olhares é quando o objeto ganha autonomia, submetendo os olhares ao próprio objeto. O configurando, não como construção sempre em modificações, sempre em processo, como o real efetivo. Como a verdade sob a qual o olhar se subsume e se faz visão. Quando esconde o jogo de criação simbólica dos homens enquanto criadores e os fazem produtos da técnica. É o outro lado da potencialidade da fotografia, enquanto instrumento simbólico manipulável na conformação hegemônica de uma dominação social.
O perigo do jogo desses diversos olhares é quando o objeto ganha autonomia, submetendo os olhares ao próprio objeto. O configurando, não como construção sempre em modificações, sempre em processo, como o real efetivo. Como a verdade sob a qual o olhar se subsume e se faz visão. Quando esconde o jogo de criação simbólica dos homens enquanto criadores e os fazem produtos da técnica. É o outro lado da potencialidade da fotografia, enquanto instrumento simbólico manipulável na conformação hegemônica de uma dominação social.
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As duas facetas da fotografia, enquanto criação e enquanto subsunção do olhar, demonstram o fascínio que exerce o ato fotográfico para o social e para o pensar as estruturas elementares da constituição desse social. Em um e no outro a polifonia de recortes, de símbolos, de valores, dos significados intrínsecos atribuídos ao não percebido por ser banal ou por não estar ao alcance, a universalidade e a globalidade do particular distante como singular local, complexificam o olhar que captura e o olhar que vê o objeto presente em uma realidade fotográfica.
As duas facetas da fotografia, enquanto criação e enquanto subsunção do olhar, demonstram o fascínio que exerce o ato fotográfico para o social e para o pensar as estruturas elementares da constituição desse social. Em um e no outro a polifonia de recortes, de símbolos, de valores, dos significados intrínsecos atribuídos ao não percebido por ser banal ou por não estar ao alcance, a universalidade e a globalidade do particular distante como singular local, complexificam o olhar que captura e o olhar que vê o objeto presente em uma realidade fotográfica.
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Cientes da ambigüidade que provoca no olhar e no próprio ato fotográfico a fotografia, a Agência Ensaio na cidade de João Pessoa - Paraíba, se debruça em um projeto ambicioso e importantíssimo de documentação fotográfica da região do Nordeste do Brasil. Há cinco anos desenvolve um projeto documental da vida ordinária dos homens e mulheres comuns das pequenas comunidades nordestinas ou perdidas no emaranhado dos centros urbanos mais importantes.
Cientes da ambigüidade que provoca no olhar e no próprio ato fotográfico a fotografia, a Agência Ensaio na cidade de João Pessoa - Paraíba, se debruça em um projeto ambicioso e importantíssimo de documentação fotográfica da região do Nordeste do Brasil. Há cinco anos desenvolve um projeto documental da vida ordinária dos homens e mulheres comuns das pequenas comunidades nordestinas ou perdidas no emaranhado dos centros urbanos mais importantes.
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Mulheres anciãs com rostos marcados pela difícil arte de sobreviver na região, mas com olhares determinados apesar do cansaço; a estrutura familiar de uma sala de visita do interior, com sua multifacetada estruturas de símbolos que marcam a tradição familiar do passado através dos retratos dos filhos e de si próprios na juventude, além de mostrarem a inclusão na modernidade capitalista, de um tempo imposto ao tempo circular, pela folhinha-calendário e as incursões religiosas nos santos afixados de devoção. Ou no velho sanfoneiro transvestido em seu uniforme de artista e seu instrumento de trabalho. Ou ainda o lazer nos intervalos da labuta e o comportamento infantil, no mergulho ousado nas águas do rio ou nas brincadeiras na praça: do menino e sua sombra. Ou, enfim, na brincadeira de branco e preto para o olhar, que se surpreende até compreender freiras com seus hábitos reunidas a orar.
Mulheres anciãs com rostos marcados pela difícil arte de sobreviver na região, mas com olhares determinados apesar do cansaço; a estrutura familiar de uma sala de visita do interior, com sua multifacetada estruturas de símbolos que marcam a tradição familiar do passado através dos retratos dos filhos e de si próprios na juventude, além de mostrarem a inclusão na modernidade capitalista, de um tempo imposto ao tempo circular, pela folhinha-calendário e as incursões religiosas nos santos afixados de devoção. Ou no velho sanfoneiro transvestido em seu uniforme de artista e seu instrumento de trabalho. Ou ainda o lazer nos intervalos da labuta e o comportamento infantil, no mergulho ousado nas águas do rio ou nas brincadeiras na praça: do menino e sua sombra. Ou, enfim, na brincadeira de branco e preto para o olhar, que se surpreende até compreender freiras com seus hábitos reunidas a orar.
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Fotos de Ricardo Peixoto, Mano de Carvalho e Marcos Veloso, fotógrafos paraibanos que fazem a Agencia Ensaio, nesta Mostra Ensaio, em que apresentam com sensibilidade e apuro técnico, a arte de captação multifacetada das manifestações de singularidades de um povo e de suas experiências individuais de criação e vida. Que trabalham a fotografia como arte documental, cientes que são das construções imagéticas do registros e de sua realidade como real fotográfico.
Fotos de Ricardo Peixoto, Mano de Carvalho e Marcos Veloso, fotógrafos paraibanos que fazem a Agencia Ensaio, nesta Mostra Ensaio, em que apresentam com sensibilidade e apuro técnico, a arte de captação multifacetada das manifestações de singularidades de um povo e de suas experiências individuais de criação e vida. Que trabalham a fotografia como arte documental, cientes que são das construções imagéticas do registros e de sua realidade como real fotográfico.
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