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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Uma Entrevista


ENTREVISTA COM O PROFESSOR MAURO GUILHERME PINHEIRO KOURY SOBRE ESTUDOS SOBRE EMOÇÃO E SOCIABILIDADE


UM - Caro Professor Mauro Koury, para iniciar, nós gostaríamos de parabenizá-lo pelo seu trabalho em antropologia e sociologia das emoções e, principalmente, pelos seus estudos sobre luto social e medos urbanos. Temos acompanhado os seus trabalhos seja em textos e livros lidos na sala de aula, seja em entrevistas que serviram de motivo para artigos na grande imprensa, como foi o caso da reportagem saída na Folha de São Paulo sobre a Amizade ou na revista Terra sobre o Medo, seja ainda em revistas digitais encontradas na internet. Somos um grupo de estudantes de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo e, em nome dela, gostaríamos de fazer uma entrevista com o senhor.

Mauro Koury – Eu agradeço e estou à disposição de vocês.

UM - Como o senhor classificaria a Sociologia das Emoções? Em qual categoria das Ciências Sociais ela se enquadraria? Conte um pouco para nós sobre sua história até o interesse pela Sociologia das Emoções.

Mauro Koury - Eu iniciei minha trajetória nas ciências sociais nos anos de 1970 pesquisando a ideologia do trabalhador rural e o sindicalismo rural no Brasil. Enfim a trajetória normal de um estudante de graduação e pós de Ciências Sociais na época.
Passei um tempo na Universidade de Glasgow, Escócia, e, voltando para o Brasil, ingressei como docente do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Lá comecei a trabalhar com a questão da indústria e do trabalho no Brasil e, de modo especial, no Norte e Nordeste, em uma grande pesquisa financiada pela FINEP, ligada ao Núcleo de Documentação Histórica da UFPB, durante os anos de 1982 a 1986, da qual fui coordenador.
Neste período comecei a me interessar muito pela história da pobreza e dos pobres no Nordeste e desenvolvi o conceito de homem comum pobre, para melhor entender a formação do indivíduo e dos movimentos sociais no Brasil, tendo o Nordeste como foco analítico. Na verdade, toda a minha trajetória resulta em um tema comum único, que é entender um pouco este indivíduo e a individualidade contemporânea ocidental e, principalmente, o indivíduo na modernidade especificamente brasileira.
Esta preocupação, esta minha trajetória, a descoberta do homem comum pobre como objeto de estudo levou, durante meados dos anos de 1980, a me interessar pelas temáticas gerais e estruturais ligadas, sobretudo, a formação de classes e a pobreza no Brasil, só que já dentro de uma visão e uma busca analítica que tinha o cotidiano como ponto de partida.
Entro, a seguir, na questão dos movimentos sociais urbanos, dentro desta visão de cotidiano, até que, de repente, ao reler entrevistas por mim realizadas em pesquisas anteriores, me deparo com alguns casos, que me fazem olhar mais amiúde questões relativas à subjetividade deste homem comum. Aí então, desemboco nos anos de 1990 em uma pesquisa sobre o cotidiano e pobreza no Brasil, e dentro dela, a discussão sobre o luto, onde publiquei alguns livros como Uma fotografia desbotada: Atitudes e rituais do luto e o objeto fotográfico (Manufatura, 2002), Sociologia da Emoção. O Brasil urbano sob a ótica do luto (Editora Vozes, 2003) e Amor e Dor. Ensaios em Antropologia Simbólica (Bagaço, 2005) e as questões mais ligadas ao sofrimento social. Amplio a margem de interesse e análise, não mais apenas homens comuns pobres, mas, também, homens comuns da classe média e média alta brasileira. De repente, deste fato e deste meu caminhar, aflora nas minhas pesquisas a perspectiva da antropologia e da sociologia das emoções e, quase de modo simultâneo, da sociologia e antropologia da imagem, especificamente, a imagem fotográfica e suas relações com o sentimento. É a época da fundação dos meus grupos de pesquisa na UFPB: o GREM – Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções (1994), e o GREI – Grupo Interdisciplinar de Estudos em Imagem (1995).

UM - Quais disciplinas o senhor administra atualmente?

Mauro Koury – Ministro, na Universidade Federal da Paraíba, as disciplinas de Teoria Sociológica e Teoria Antropológica e, dentro de um universo mais temático, a Antropologia Visual e Sociologia da Imagem e as disciplinas de Antropologia das Emoções e Sociologia das Emoções. Além de Sociologia Brasileira e Antropologia Brasileira, Antropologia Urbana e Sociologia Urbana, Métodos e Técnicas de Pesquisa em Ciências Sociais, Sociologia e Antropologia da Educação, Sociologia e Antropologia Jurídica, Movimentos Sociais, entre outras.


UM - Quando a Sociologia das Emoções aportou no Brasil?

Mauro Koury – A Sociologia e a Antropologia das Emoções começam a se expandir no Brasil em meados dos anos noventa do século passado, e, de uma forma mais ou menos delimitada, no mundo ocidental, principalmente, nos Estados Unidos e França, a partir dos anos de 1970. Para um aprofundamento da questão eu indico o meu livro: Introdução à Sociologia da Emoção (Manufatura, 2004). A Sociologia e a Antropologia das Emoções ampliam e renovam as disciplinas em que se assentam, com uma releitura dos seus clássicos e a retomada da discussão entre objetividade e subjetividade, sendo a emoção e os sentimentos o elemento motriz de se pensar o social. Ela hoje começa a abarcar o universo de cientistas sociais enquanto interesses e encaminhamentos de projetos e planos de pesquisa e estudos.
Mas, se si pensa a disciplina dentro de um plano da história da Sociologia, especificamente, a Sociologia das Emoções, tanto quanto a Antropologia das Emoções começa com a origem das Ciências Sociais. Na realidade, elas têm início no momento em que se identifica o indivíduo social como o sujeito da construção da sociedade e também como construído pelo social. Como construído pela sociedade e, ao mesmo tempo, a construindo.
Embora, a Sociologia e a Antropologia das Emoções tenham uma visão dinâmica desta questão, partem do princípio crítico do indivíduo na sociedade existindo em relação com o social, nem fundado, nem exclusivo, mas relacional, existindo como uma espécie de individualidade social que demarca um tipo de olhar ou de mentalidade específica tempo e espacialmente delimitada. Discutem, assim, inclusive, a própria questão da emoção no humano, como um processo de formação permanente e relacional: ao mesmo tempo individual e socialmente formada.
A partir desse princípio, e, especificamente, com a questão da busca do estudar a individualidade e os aspectos liminares do mundo contemporâneo: como o sofrimento social e o estudo da solidão e da ambivalência moderna se têm de modo mais claro a configuração de um novo campo disciplinar, que remete para a Sociologia e a Antropologia das Emoções. Os estudos começam a configurar toda a trajetória de entendimento do indivíduo na modernidade e o ser solitário e ambivalente dele surgido. O que monta toda uma rede de entendimento novo e propostas de releituras dos campos teórico e metodológico da Sociologia e da Antropologia. Discute o objeto das disciplinas Sociologia e Antropologia não a partir da vida individual e nem de sociedade ou coletividade como um todo, mas de uma relação dos dois elementos. São estas relações entre individualidade e sociedade, ou da objetividade e subjetividade, que fundam e dão ordenamento a possibilidades de um social qualquer e objetivam as formas de produção e reprodução das novas relações sociais. É desta visão complexa entre cultura subjetiva e uma cultura objetiva social, que se dá, exatamente, nos meandros da constituição do ou de um social, que se detém o pensamento crítico por trás da Sociologia e da Antropologia das Emoções.

UM - O senhor trata a questão do indivíduo moderno convivendo com a questão dos problemas originados nas cidades. Como ele convive com as questões habituais da cidade, do trânsito, da violência?

Mauro Koury - Quando se trabalha com modernidade em um sentido mais amplo, mais geral, nós nos detemos em um tipo de modernidade específica, a modernidade ocidental. Partimos da constituição do indivíduo no decorrer da tradição grega e judaico-cristã para compreender os diversos mecanismos, avanços, recuos e impasses que levaram à formação deste tipo de individualidade específica que é o homem ocidental contemporâneo, europeu ou norte-americano, e o seu legado nas demais sociedades, inclusive a brasileira, como palco de ideologia e imposição de um tipo de universalidade.
Apesar da necessidade de compreensão deste longo processo formativo do indivíduo no ocidente, discuto fundamentalmente o século XIX, pois neste período a população está vivendo momentos específicos de consolidação e expansão do capitalismo enquanto modo de vida e nele, vamos tratar, exatamente, a questão desta individualidade, deste indivíduo moderno, contemporâneo, que surge, propriamente, com a emergência das grandes cidades. Paris, Londres, por exemplo, que são cidades com mais de um milhão de habitantes e com grandes problemas sociais neste período, as mudanças aceleradas nas condições de vida urbana em cidades como Chicago e Nova York, nos Estados Unidos, bem como o acompanhamento das modificações tardias no plano urbanístico das cidades alemãs, como Berlim, por exemplo.

UM - Trazendo esta experiência para o Brasil, pode ser comparada a evolução do indivíduo dentro da sociedade, dentro da cidade?

Mauro Koury - No Brasil, no século XX, desde os anos 20 e, especificamente, a partir dos anos de 1960 e principalmente de 1970, é que parece se dar à emergência de um urbano de forma mais acentuada. De um Brasil urbano mais próximo ou ligado a essa visão mais individualista, ou que prossegue ou persegue um caminho da individualidade moderna ocidental como uma espécie de ideologia a ser conquistada, como significado de progresso e desenvolvimento, tanto individual como social.
O Brasil até então, vivia um jeitão ou um modo de ser mais relacional típico de sociedades hierarquizadas, dotada mais pelo seu lado de “jeitinho”, pelo seu lado meio malandro de ser, pelo seu lado mais familiar e de compadrio, no fundo, dentro de um panorama do “Olha quem tá falando!”, etc. Essas coisas que o Roberto da Matta esteve trabalhando deste o final dos anos de 1970 e ainda trabalha. De no Brasil, o espaço público ser uma coisa, do privado outra, mas sempre o espaço público como uma continuação do privado. Tudo tendo uma relação forte e hierárquica: até na morte as partes relacionais são parceiras, dentro do perfil brasileiro, que comandou a ideologia nacional e o comportamento médio dos homens comuns e dos grupos sociais locais até os anos de 1960.
Nos anos 60 e 70, período dos principais estudos da sociedade urbana no Brasil por Roberto da Mata, parecia ser esta a questão de referência. Um salto alto e meio sem destino parece que se deu a partir de então. Eu acho que as coisas se modificaram muito dos anos 70 para cá. A partir dos anos setenta tem-se um Brasil estatisticamente mais urbanizado. O grande contingente populacional vive nas cidades, e principalmente nas grandes cidades. Tem início a uma migração muito grande. O campo começa a se esvaziar e as pessoas começam a ir para as cidades. São Paulo, Rio de Janeiro e Recife são exemplos. Até as pequenas cidades e de porte médio como João Pessoa, já vivem, desde o final dos anos de 1980, esta realidade um pouco cruel, com a quebra de laços e tradições que a vida relacional permitia. Os laços de vizinhança, o conhecer todo mundo, o olhar sem receio é quebrado e, pouco a pouco, o espírito da individualidade e da individualização, dentro de uma perspectiva da ideologia individualista começa a avançar e a causar estranhamento e ambivalência nos comportamentos e atitudes dos cidadãos. Não que esta história esteja completa, acredito que se encontra mais anunciada que finalizada, o que amplia o desconforto e a ambivalência do homem comum, e aprofunda o espaço da sua solidão. Como pode ser visto no meu último livro Sociologia da Emoção, onde faço uma análise do Brasil Urbano atual sob a ótica do luto.
A história do capitalismo, no mundo contemporâneo e no Brasil, de modo particular, é a história deste processo de individualidade. De uma individualidade muito grande, que não pode ser vista, apenas, dentro de um plano negativo, como até agora falei, mas também dentro de um plano de positividade. Nunca se falou tanto na sociologia e na antropologia no lado psicológico dos sujeitos individuais, da formação do eu como sinônimo de liberdade e autonomia, como na história recente do ocidente, ou neste último momento da história mundial, mas, por outro lado, nunca também foi tão discutido e pesquisado a angústia e o sofrimento social e a solidão intensa, deste mesmo homem psi.

UM - O medo?

Mauro Koury - Exatamente.

Todos esses problemas urbanos, que nós classificamos como medos urbanos, eles são originados das cidades. Então, o senhor concorda que esses medos são, realmente, originários do inchaço das grandes cidades, da falta de planejamento dos grandes centros urbanos?

Mauro Koury - Eu vou mais a fundo. Eu acho que o inchaço das grandes cidades é de uma lógica muito perversa. Eu acho que não é só uma coisa existente no Brasil, mas o mundo inteiro vive este tipo de situação. Veja, por exemplo, na forma atual que assume este período da pós-modernidade européia, que as fronteiras geográficas estão se fechando para povos imigrantes, embora se fale na globalização como um prenúncio de uma diluição das fronteiras culturais, profissionais e mesmo, das fronteiras políticas e geográficas.
O Brasil, hoje, é um grande fornecedor de mão-de-obra barata para os EUA e Europa, inclusive. A classe média engraxa sapatos ou tem emprego de doméstica em Nova Iorque, é travesti em Paris, Roma e Milão, e diz que é melhor “ser prostituta em Nova Iorque do que classe média no Brasil”.
Encontram agora barreiras fechadas. O ser aventureiro brasileiro é visto como uma ameaça nos países centrais, e até em Portugal, periferia da Comunidade Européia. As filas nas portas das embaixadas norte-americanas, as formas clandestinas das pessoas ultrapassarem as barreiras impostas para uma vida fora do Brasil, da América Latina, da África, e da Ásia, de, inclusive, morrerem tentando burlar a vigilância para o ‘éden’, atravessando rios e sendo arrastados por correntezas, através em embarcações improvisadas, através de um mercado de escravos ‘brancos’, etc. para chegar aos EUA ou a países europeus, demonstram um pouco desta tragédia mundial da atualidade. O que parece aprofundar o estranhamento e o medo do outro. O medo contemporâneo teve dois lados opostos que se contaminam e se determinam constantemente e de forma contínua. Um lado positivo, de uma quebra de barreiras, entrando em um lado mais globalizado de um pretenso discurso de intercâmbio entre culturas e de um novo tipo de cidadania, a mundial, e, um lado negativo, da violência, de um novo preconceito contra outros sujeitos vindos de outras culturas, que é o das fronteiras fechadas.

UM - Eu percebo que este tipo de processo que o senhor está falando acaba se referindo ao capital de maneira mais perversa aos habitantes do Terceiro Mundo. O senhor concorda?

Mauro Koury - Com certeza. Esta globalização ocasionou uma revolução para o capital, atingindo de forma perversa o terceiro mundo. Isto não resta nenhuma dúvida. Voltando para o Brasil, este foi um problema para o país. A migração ainda continua. O deslocamento do homem do campo para a cidade é uma resultante do capitalismo no campo, não é que eles queiram migrar, mas são produtos de uma série de elementos específicos trazidos pela modernização da agricultura, a troca de pequenas produções pela produção em larga escala, a troca de família por bois, de alimento por pasto para bois, ou da presença da monocultura, bem como da terra como um valor em si, que é uma questão que não vou aprofundar nesta entrevista.
O resultado disto tudo, então, é de uma condição muito perversa: a cidade incha com o esvaziamento do campo, tende a ficar muito mais tencionada, a violência tende a se expandir, o anonimato das ruas, a falta de oportunidades, a diminuição de uma predisposição favorável ao outro, agora considerado inimigo em potencial, produz esta grande perversão que hoje existe. Nós somos, de repente, pessoas equivalentes num mundo de dinheiro, uma espécie de mercadoria gasta, em um mundo de equivalências gerais.

UM - Como assim?

Mauro Koury - O que significa a lógica do capital quando pensa o homem novo que ele ajudou a surgir? Significa que o homem é livre, é liberto para fazer o que quiser. Eu posso comprar força de trabalho e você pode vender a qualquer um ou vice-versa, como já dizia Marx criticamente, e antes dele, toda a economia clássica que ele criticava. Se eu tenho dinheiro para comprar, eu compro, se eu tenho que procurar para vender, eu procuro a quem me dê mais. Nesta política cria-se uma espécie de equivalente geral, que vai ser o dinheiro, que vai ser uma espécie de equivalente abstrato, e, através dele, eqüivalendo tudo ao mesmo, como já mostrou Simmel, tanto faz comprar uma pessoa ou um disquete de computador. No momento em que as coisas ganham uma equivalência geral e abstrata, tudo é reduzido a objeto, a mercadoria. Tudo é posto a troca, até os indivíduos.

UM - Mas o senhor concorda com a visão de uma coisa cíclica, de repente, os problemas crônicos do Brasil são violência e desemprego. Eles estão diretamente ligados ou o senhor discorda disso? Entramos em contato com algumas pesquisas da USP e elas relacionavam desemprego com violência pela questão, também, das pessoas migrando e não encontrando oportunidade de trabalho. Existe esta visão cíclica das coisas ou não?

Mauro Koury - Acho que a discussão e a problemática sobre ela é mais complicada do que a visão puramente cíclica: migração, desemprego, falta de oportunidade, violência e sua repetição. Claro, que o que você me falou é quase que óbvio. Hoje, o desemprego e a violência são ameaças e uma coisa é conseqüência da outra. Hoje qualquer pessoa na rua vai dizer isso para você, não precisa ser um cientista social, mas as causas são um pouco mais profundas.


UM - Quais são essas causas, além da questão do capital e dos elementos cíclicos apontados?

Mauro Koury - Em certo momento, é impossível escapar do capital, porque a política e o desemprego são resultantes do próprio movimento da capital atual, do capital financeiro. O capital financeiro tenta, hoje, dispensar mão-de-obra como forma de se “autogerir”. Ele acha que chegou certo momento de não precisar mais de força de trabalho, de se reproduzir por ele mesmo: dinheiro gerando dinheiro. Isto se dá, principalmente, a partir dos anos 90, de forma bastante evidente, – o capital financeiro promove uma política de esvaziamento de mercado de mão-de-obra, ou seja, ele coloca esta mão-de-obra para fora do mercado, gerando desemprego e tenta sobreviver com a própria lógica do dinheiro no mercado financeiro, das bolsas e da especulação em si, e do financeiro no dinheiro. Neste momento, estamos entrando, exatamente, no ritmo necessário e propício de expansão de uma nova modalidade de capital. Um sistema financeiro que foge de barreiras geográficas e político-culturais, que amplia as formas de dominação em escala mundial homogeneizando culturas e povos, que defende uma política de estado mínimo e de um individualismo crescente como ideologia de mercado que usa o empobrecimento da população e a sua marginalização social como forma de desenvolvimento necessário. Encerra, onde há o estado de bem-estar social, pune trabalhadores e aposentados em função de um ritmo alucinado da máquina de fazer dinheiro que é a especulação financeira em si.
Essa ideologia tem se ampliado no Brasil e no mundo, com uma espécie de camisa de força ou viseira de uma leitura estandardizada do processo de globalização. Vou pegar uma cidade como Fortaleza para exemplificar. Ela teve um desenvolvimento bastante grande entre os anos 60 e 90, sendo uma das cidades do Nordeste que mais se desenvolveram neste período, desbancando as cidades de Recife e Salvador, por exemplo. Mas qual foi o desenvolvimento de Fortaleza? A pobreza continua drástica. Por outro, a Fortaleza está, pelo menos em espírito, em ideologia, globalizada e, segundo os seus planejadores, ligada ao século XXI e, nela busca-se criar estratégias para lançá-la e deixá-la muito mais ligada ao mercado mundial através do mercado formal turístico. Pensa-se uma cidade polo de atração estrangeira e uma população vegetando nas margens destes viajantes do exótico. O mercado retrai-se, na questão tradicional, o homem comum vai para a rua, desempregado ou subempregado, moradias pobres são desfeitas, em processos curtos ou longos de despejo, e a cidade se arma para uma ilusão. O que amplia as margens de insegurança, de desconforto, de violência interna entre os moradores e uma dependência maior desta ilusão do estrangeiro turista e de um mundo do qual ele, cidadão local, não tem como participar, a não ser pelas franjas.

UM - Um documentário dos EUA (Tiros em Columbine) fala sobre a indústria do medo. Nós poderíamos fazer um paralelo com a situação do Brasil, atualmente?

Mauro Koury - A questão do Brasil é muito mais simples. Nos anos 70, em pleno domínio da ditadura militar, o Brasil vai sofrer um processo muito grande de intensificação e expansão das políticas de um policiamento privado. A matéria de capa da Revista Época dessa semana ou retrasada falou sobre a questão da segurança privada no Brasil, que chega a ser de uma dimensão assustadora no país. É interessante notar, assim, que a expansão da indústria do medo é influenciada pela própria indústria de segurança privada. O medo gerando a necessidade de segurança e a segurança ampliada gerando mais medo. Olhe aqui um ciclo bem mais interessante de se discutir e se debruçar na conformação recente da mentalidade do medo no urbano brasileiro! A indústria da segurança cresce exatamente por fomentar e fundamentar ideologicamente e imaginariamente o medo nos outros, no cidadão comum, fazendo as pessoas se protegerem horas 24 por dia.

UM - O documentário falava da mídia também. Ele fez uma comparação com os casos de homicídios nos EUA que diminuíram em 20%, já a cobertura da mídia em casos de violência teve aumento de 600%. Ele faz um paralelo relacionando como a mídia acaba favorecendo para esta cultura do medo dos norte-americanos. O senhor traria esta situação para o Brasil com esses programas sensacionalistas?

Mauro Koury - Traria. Eu não sei se daria tanta importância tão radical como o que o documentário retrata. Mas que a mídia tem uma influência na disseminação de uma cultura do medo é verdade, neste ponto não há como negar, realmente ela têm influência, com certeza. A mídia é formadora de opinião pública e como tal tem uma influência decisiva em passar mensagens subliminares.
Há pouco tempo dois artigos sobre a fotografia e morte violenta e sobre fotojornalismo e sofrimento social, saídos na Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, http://www.cchla.ufpb.br/rbse/Index.html falam do lado ambíguo que a fotografia que a fotografia na imprensa possui. De um lado, ela é o reflexo do que foi e do outro ela tem toda uma previsão acumulada ideologicamente do que se quer passar enquanto mensagem, que levam aos leitores que a veem interpretá-la de um modo específico, ou mesmo, que vão oferecer subsídios subliminares que imporão um tipo específico de leitura e compreensão para o próprio leitor. Ela cria situações específicas, que promove a ampliação de certo tipo de cultura ideológica ou política, ambiguamente, e que tem a ver com a questão da violência e do medo.

UM - Voltando um pouco sobre a questão da individualidade, o que o senhor trata na sua pesquisa, emoção relacionada ao medo, medo é uma emoção. Como as pessoas nos grandes centros urbanos acabam sendo condicionadas a este medo? Existe alguma alteração no comportamento das pessoas devido a esses medos?

Mauro Koury - Com certeza. Acredito que os pais de vocês ficam morrendo de medo até vocês chegarem em casa, não é? O que vai acontecer com meu filho? Isso vai desde drogas até AIDS, ou mesmo ser assaltado e morto por balas perdidas ou balas dirigidas, por atropelamento, ou o que for. Não se sabe o que pode acontecer, ou seja, os medos que pairam e perpassam a cabeça do cidadão comum são muitos amplos. O medo não é apenas de você ser atingido por uma bala perdida ou doenças como a AIDS, mas é um medo muito mais difuso dirigido para uma sociedade e uma sociabilidade fragmentada, de que não se tem controle, e ao mesmo tempo, ou simultaneamente, dirigido a uma pessoa, nem que seja o próprio filho e suas relações, de quem você não tem acesso ao seu íntimo, não tem a segurança sobre ele no seu todo, e teme e projeta sobre ele e suas relações fora de casa ou de suas vistas, o seu receio como uma forma de proteção, de protejê-lo contra os perigos de um mundo injusto, violento, amaldiçoado.
Lógico, isso interfere no presente das relações, de forma ambígua e ambivalente, fazendo com que o medo perpasse as relações inclusive afetivas, demarcando-as pelo desconhecido que sou para o meu próximo, e não apenas para o outro distante e opaco. Mas a minha preocupação nas minhas pesquisas diz respeito sobre qual a conseqüência que isso acarreta e pode acarretar para os presentes e futuros moradores dos grandes centros. Já que eles se fecham cada vez mais em suas casas, principalmente a classe média, e acabam evitando o convívio - que acontecia largamente nas décadas de 50 e 60 - com as outras pessoas. Ao que remeterá esse processo de fundação e ampliação desse homem melancólico no Brasil atual? Não mais se sentindo apegado ao passado, a não ser em uma imagem saudosista e sentimental, vivendo o presente de forma ambígua, que o apega a um passado perdido e que não sabe onde perdeu, de forma sentimental, e que o desapega a este mesmo passado, como tradição, pois, pela ideologia moderna, essa tradição não o faz moderno e projeta no futuro uma modernidade que só é vivida em intensidade no sofrimento, na perda da pertença, na dor da solidão...

UM - Isso pode causar danos psicológicos e sociais para esses indivíduos?

Mauro Koury - Já acarreta. Nos anos 80, por exemplo, quando o processo começa a invadir a classe média de forma marcante que se apega a criação de vínculos estáveis, à carreira, ao conforto material, depois do processo de lutas armadas nos anos 70, do desgaste da esquerda, e da desilusão da contra cultura que se debateu o país após o período intenso da repressão. Este início do próprio repensar da classe média é um processo doloroso, onde o medo, o sentimento de perda, a perda da própria perda, se leva a uma individualidade e a uma busca do eu de forma mais intensa e visando uma liberdade pessoal, de outro lado, o leva ao consultório do psicanalista, como um não encontrado, como um perseguido, como um incomodo ou incomodado, como um sem relações estáveis e duradouras, como alguém, enfim, que não sabe como se comportar em situações definidas, o que provoca um fechar-se em si e rejeitar (querendo o contrário) os outros.
Eu sempre pensei na classe média como uma categoria mais suscetível as mudanças culturais. Nos anos 80 do século passado, no Brasil, na verdade, vivemos uma corrida para a psicanálise. Este tipo de busca, de isolamento, da depressão como forma de não administrar exatamente o seu cotidiano. É o “Eu já não tenho outro, o outro para mim é um eterno algoz”. Este outro necessariamente não precisava ser o bandido na minha frente, podia ser a minha namorada. Mas, ideologicamente, tudo se misturava, e o medo do outro virou um medo da ameaça a minha pessoa, a minha comodidade, a minha propriedade: namorada ou bandido.

UM - Eu fui vítima recentemente de um dos medos. Eu fui assaltado por dois rapazes de motos. E toda vez que ouço o barulho de motos, já fico sobressaído. Independentemente de ser homem, mulher ou criança, eu me assusto, ou seja, você já cria um mecanismo de defesa. É isso que eu percebo que as pessoas acabam criando e a meu ver isso é negativo.

Mauro Koury - É claro. Eu conheço um caso.

UM - Era essa a próxima pergunta. O senhor já conviveu com algum desses medos?

Mauro Koury - Um amigo do meu filho, mais ou menos na sua faixa etária. Ele estava voltando para a casa, de madrugada, parou o carro para abrir o portão de casa, daí dois rapazes de moto chegaram. O garoto não ofereceu resistência e entregou a chave do carro, a carteira, entre outros pertences e os caras, no final do assalto, deram um tiro no joelho do rapaz e ele ficou com problemas físicos após o episódio.
Essas coisas são muito mais amplas. A gente vai não só vivendo as experiências na pele, mas vai também sabendo sobre essas experiências e fazendo delas nossa muralha de um castelo do medo. Na realidade nós estamos nos trancando, quem é o cara de classe média no país hoje, sem falar das classes altas, ou mesmo de classes baixa que não tenha tentado ou já erguido, cada vez mais alto, o muro de sua casa; colocar dispositivos sonoros de segurança no seu carro, carrão ou carrinho; ou mesmo em seu lar, para se proteger mais; tentar deixar os filhos menores dentro de casa, - já que os maiores são mais difíceis de controlar, e daí, talvez, se possa até entender o processo de abertura dos pais para namoradas dos filhos e namorados das filhas pernoitarem e se namorarem no interior do quarto da casa dos pais (não é a abertura para a questão sexual que parece ter ocorrido, pelo menos não apenas, mas uma forma de garantir a integridade dos filhos, protegendo-os no interior do lar, ou debaixo da saia da mãe, como se dizia antigamente), - e não ficarem muito na rua.

UM - Essa é outra questão que queria fazer para o senhor. O medo atinge as pessoas de formas diferentes, dependendo da classe econômica e escolaridade?

Mauro Koury - Eu acredito que não, o medo persiste hoje na relação do homem moderno, independente de classe social. As classes médias talvez convivam com mais temor que a classe alta, que encontra outras formas de fugir, como viajar para o exterior, para Miami (EUA), - me desculpe a piada, embora real, - por exemplo. Mas se as classes médias têm uma visão mais evidenciada sobre esse tipo de tragédia é porque talvez se sintam desprotegidas, e que tem alguma coisa a perder se não agir com uma segurança desdobrada. Mas nas classes mais baixas é tal e qual. Você vai fazer uma pesquisa dentro de bairros pobres, a situação de medo é permanente. Inclusive o medo de falar. Conversando com psiquiatras, que trabalham no sistema de saúde público e atende a população mais pobre, eles informam que a questão da tensão permanente pelo medo de uma violência presente e constante, de policiais, de bandidos no abstrato, de bandidos no concreto, de serem confundidos com bandidos, de serem mortos por acaso, de serem espancados por falarem, de uma violência sempre presente e crescente nas suas relações domésticas, profissionais, de moradias em áreas de risco, de serem expulsos de suas moradias, de relações ocasionais: na mesa do bar, no ônibus, atravessando um beco, ou sei lá o que, ou com os poderes públicos. Eles convivem com o medo, esse medo não só da violência de chegar na sua porta, que é cotidiano, mas o medo de falar, de como não ter ou não haver forma de se protegerem.

UM - O medo de perder sua residência numa enchente...

Mauro Koury - Pois é, e o medo do outro, do vizinho, que essa pessoa não sabe muito bem quem é e do que se trata. Porque na realidade, eles dizem “eu sou pobre, mas sou decente, mas o meu vizinho será que é?”. E essa é a lógica da classe média também e da classe alta, só que dirigida preferencialmente para os pobres...

UM - Nós sabemos que temos caráter, mas temos medo do vizinho que não sabemos se é uma pessoa realmente de bem ou não.

Mauro Koury - Mesmo um colega de escola, que está vestido como você e se comporta como você, mas pode ser um grande “bandidão”. Eu vi isso há pouco tempo na imprensa em Recife. Um cara estudava o terceiro período de direito em uma escola privada, era um aluno calmo, tranqüilo, e de repente foi preso em plena classe por ser um traficante com várias mortes nas costas. A estudantada dando depoimentos, um pouco maravilhada pelos minutos de fama e um pouco, também, com medo, dizendo, “meu Deus, esse cara estudava em uma carteira perto da minha, bebemos junto algumas vezes, o cara foi na minha casa fazer um trabalho em grupo, e de repente é um bandido...”. Estar vestido de acordo com a moda qualquer um pode estar não é mais parâmetro para nada. Assaltantes bem vestidos levam o seu carro, com uma cara de anjo e um revolver na sua cabeça... Hoje, também, crianças roubam roupas de outras crianças, porque o sonho do consumo virou universal, vestir grife, ou imitar roupas de grife faz parte das relações de equivalência entre anônimos moradores de uma urbe, onde todos parecem iguais e são vistos com receio por todos. O estranhamento passa a ser generalizado. Todos os homens passam a ser visto pela mediação do medo, do receio, do estranhamento, o que leva a cada um se recolher e não ter relações e proximidades para não ser, imaginariamente ou potencialmente, mais uma vítima. O dinheiro faz essas coisas e faz com que você deseje esses objetos, lute por ele, os tenha ou os persiga de qualquer forma. O importante é tê-los, não importa a forma da ação de consegui-los.

UM - O senhor já foi assaltado?

Mauro Koury - Não, nada aconteceu comigo até agora. Mas minha mulher, minha filha mais velha, já, elas já tiveram uma arma apontada para as suas cabeças na porta de minha casa. Até hoje quando elas estão chegando em casa, me ligam para eu ir até a rua acompanha-la, e se não estou, um filho ou alguém que esteja em casa. O abalo moral e psicológico da pessoa é muito grande.

UM - O trabalho de campo do senhor, como é feito?

Mauro Koury - O meu trabalho não se prende apenas à questão da grande violência. É um trabalho que tende a discutir a questão do medo, do medo corriqueiro, esse medo cotidiano que você vive no dia-a-dia, esse medo em que você sente em ser amigo de uma pessoa e ele pode trair você, a insegurança desse sujeito, a dificuldade das pessoas se entregarem umas as outras. É essa questão dos medos que me interessa. O que leva a pessoa a agir criando uma barreira de proteção em torno de si e a reagir às trocas possíveis de outros sujeitos individuais. Eu me interesso pelos medos corriqueiros, não apenas dos medos que atuam como uma forma de paralisia social ou individual, mas que atua como forma de construção social. Parto da premissa de que a base da história social, da sociedade está assentada em uma história do medo, do medo ser aventureiro (como queriam Goethe e Simmel), o medo que permite provocar projetos, levar à superação de impasses e a novos projetos. O medo que busco compreender é bem criativo, está na base da construção de sociabilidades, não é apenas aquele que apavora, embora passe também por ele, e cada vez mais por ele. É o que trato, por exemplo, nos meu livro, De que João Pessoa tem medo? Uma abordagem em antropologia das emoções, recém publicado pela Editora da UFPB (João Pessoa, 2008).

UM - Quando o senhor fala em construção social, o senhor se refere especificamente ao que?

Mauro Koury - Duas pessoas trocando informações, se relacionando, fundam uma possibilidade de sociabilidade. As emoções, incluindo o medo como emoção, não é restrita a parte digamos psicológica da pessoa, é uma construção social, locada no processo da relação com outro. Eu trabalho com duas questões, a da formação do sujeito individual, e a reconstrução desse sujeito enquanto fundação social, e as relações entre as duas, para não dizer vive e versa.

UM - E senhor veria alguma alternativa para amenizar os medos corriqueiros ou realmente é algo que só tende a crescer na sociedade?

Mauro Koury - Vamos pegar o caso do Rio de Janeiro que é visto como uma tragédia nacional, essa questão de bandido matando, colocando fogo em ônibus, dando tiros no Palácio do Governo, a polícia envolvida com criminosos. Mas, se visto de uma perspectiva mais próxima da sociedade, se vê que ao mesmo tempo a sociedade civil se encontra mobilizada. O projeto Viva Rio, por exemplo, é de uma beleza, uma dignidade. Eles têm uma página na Internet chamada Alô Favela que é de uma beleza exemplar. Eles têm trabalhos comunitários com os moradores do morro. E, na realidade, o que eles tentam colocar é que não adianta discutir qualquer solução enquanto não se discute o que de fato ela é, a falta de perspectiva de uma política governamental e social no Brasil para o combate à pobreza, para combate à desigualdade enquanto tal. A questão não é somente os grandes bandidos ou a ineficiência da polícia, o importante é mobilizar a população à respeito dela mesma e buscar pressionar para formas mais amplas de respeito e cidadania como fundamento máximo e básico de respeito e dignidade pessoal.

UM - O senhor então acredita que o caminho é esse?

Mauro Koury - Esse é um caminho, um projeto que é bonito de se olhar e talvez de se tentar, como se está tentando. A minha visão é mais ampla, eu não vejo uma solução para um futuro magnânimo e final, eu acho que os jogos de sociabilidade são sempre jogos de alianças, que modificam projetos originais, e criam novas formas de dominação e naturalização sobre os vencidos e, ao mesmo tempo, novas reações e possibilidades de novos projetos. Sempre ricos e sempre eficazes no imaginário e criação social no percurso para uma nova solidificação hegemônica.
Cada vez que novos projetos aparecem e vão colocando na mesa cartas novas e tentam levantar uma mobilização das pessoas, cria-se uma nova mentalidade, um novo jogo político que se organiza e tenta se contrapor, não é uma coisa para amanhã, é uma coisa bem mais pausada, mas que sempre avança, mesmo nos recuos. Agora, sempre com um jogo político, que são opções momentâneas, e onde a incerteza permanece. Ou seja, o medo no início é fonte motora e motriz, que leva a ação e repele impasses que o naturalizam como acontece agora, de uma forma quase que ‘absolutizada’ e constituída como uma cultura do medo que paralisa e serve para fundamentar uma política de segurança privada e um mercado privado de segurança. Cabe diferenciar os medos corriqueiros, que são fontes de movimento, da cultura do medo enquanto ideologia, que faz parte de uma forma hegemônica de dominação e marginalização dos homens, via individualismo. A cultura do medo que estou falando é uma cultura construída por uma sociedade capitalista que tem interesse para vender segurança e estimular esse medo. Esse medo que leva as pessoas para a solidão de seu íntimo, ou da sua casa, a ter medo do seu vizinho, da sua própria mulher, dos seus próprios filhos e pais, como o caso de filhos ou pais que matam os pais ou filhos para ficar com o dinheiro e com o namorado bandido, o menino drogado que tenta matar a mãe, o pai que mata o filho drogado, para ter paz, para salvá-lo, ou sei lá o que, como a imprensa tem divulgado a cada hora nestes últimos tempos...

UM - O senhor acha que isso é decorrência da individualidade, da depressão, da solidão que acaba acontecendo?

Mauro Koury - Eu acredito que o problema é exatamente esses elementos de que venho falando: de um lado a solidão, ou de um sentimento de incompreensão, o medo da perda e de perder, e por outro lado, também, o fato de a saída lógica ser o dinheiro, se eu mato meus pais (caso de tantos crimes em família), eu fico dono do pedaço, ou eu consigo chamar a atenção para mim; ou a idéia romântica do amor (em caso de seqüestros e mortes de companheiras ou companheiros); ou, ainda, a forma possessiva do o que não posso ter ninguém também terá, e tantas possibilidades outras. Essa lógica, ou essas lógicas, que nos equivalem e de que qualquer coisa é possível, de qualquer jeito, onde a ética e a moral estão confusas, faz parte dessa trajetória complicada e ambígua para o individualismo, na sociedade contemporânea e brasileira, de modo particular, como já dito em vários momentos desta entrevista.

UM - Esses medos são característicos de cidades?

Mauro Koury - Com certeza, faz parte do modo de vida urbano. Hoje nós temos a questão do campo, como tínhamos antigamente, de pessoas que morrem em invasões de terra, são expulsas das terras, invadem terra, mas essa questão é inerente à lógica expulsiva do capital, embora já possamos vê-la, hoje, também, como uma esfera do valor agregado ao fenômeno cada vez mais urbano, no seu controle social e econômico e político global. A luta no campo é ainda política, de sociabilidade coletivizada, e só como questão pensada ainda como coletividade pode ser entendida e analisada, e mesmo vivida...
Mas essa violência que venho falando até agora diz respeito à questão do individualismo e proteção de si como eu isolado, e, de fato, ela é característica da cidade, ela surge na cidade grande, no Brasil desde os finais da década de setenta do século passado. Embora se possa dizer que perpassa toda a sociedade brasileira contemporânea, como ideologia.

UM - Nem é preciso ir muito longe, no interior de São Paulo as pessoas têm uma receptividade maior para receber o vizinho, existem vínculos afetivos que eu percebo que dificilmente acontecem nas grandes cidades.

Mauro Koury - A gente sabe disso, você sabe que chegando a qualquer cidade grande você vai ter dificuldade em abordar e se aproximar de alguém ou ir até a casa de alguém. As pessoas têm medo de se aproximar e receber alguém em suas casas, só depois de certo ambiente de familiaridade é que você vai ser introduzido e mesmo assim aos poucos, porque você não pode abrir muito espaço. Embora, hoje em dia, o retorno para a casa, o receber amigos em casa, é também uma forma de proteção...
Mas, esta perda da pessoalidade e o início de um estranhamento típico da emergência do individualismo, já se pode dizer que começa a existir nas relações sociais de todo o Brasil, sejam em cidades grandes ou pequenas. A cultura do medo é uma ideologia que está implantada e se consolidando no Brasil desde o final da década de setenta do século XX e vem se firmando cada vez mais no século XXI.

UM - O senhor acredita na intervenção do Estado para resolver essa questão medo, principalmente em relação à violência?

Mauro Koury - Veja bem, é interessante a questão, eu acho que o Estado detém uma política de controle social, de um braço disciplinar muito forte, de um braço não só policial, mas também econômico e social. Mas a questão é cercada por pressões específicas que acabam tornando o governo e o controle estatal na área de segurança muito pouco potente. É só ver o nosso presidente, que sempre diz que é mais difícil do que imaginava que não pensava que fosse assim antes de assumir o poder. Muito mais que o Estado, eu acho que a sociedade civil pode se organizar e criar pautas e agendas interessantes para um movimento de cidadania, de paz, de quedas de medos, mas é uma visão otimista por si, sem maiores predicados.

UM - Qual o seu maior medo?

Mauro Koury - Eu mesmo. O meu maior medo sou eu mesmo. Essa coisa de opções, dos limites e deslimites, das eficácias das ações que você produz ou se nega, tudo isso que faz uma trajetória de vida, pessoal e relacional, o amanhã sempre tem muitas opções que você não pode conter, dispor, controlar, por mais projetos que você tenha. Tudo parece um jogo, com cartas que você coloca ou outros, marcadas ou não, mas sempre incertas de conclusão. Isso é bom pois estimula a aventura da vida, do outro lado, é medo só e apenas...

UM - O futuro é o medo do indivíduo moderno?

Mauro Koury - Com certeza, eu acho que essa é origem, nós temos medo do futuro ao mesmo tempo em que corremos para ele e o ansiamos. Ao mesmo tempo, também, tentando ficar. Não sair do lugar, da estabilidade do agora, mas que é sempre, na visão moderna, uma estabilidade que remete ao futuro, pois é lá que se encontra de fato a meta do estável, do a ser adquirido. E sempre, assim, correndo atrás do presente em função desse futuro que nunca chega, porque quando chega esse futuro ele já é presente e as pessoas sempre querem mais. E por outro lado, existe uma questão terrível, porque ao fazer isso você esquece o que está por trás, e aí é que está a questão da origem da nostalgia, da melancolia, da solidão. Ao cortar os vínculos você volta para trás e não sabe aonde se perdeu e só encontra a morte no caminho. É trágico.


UM - Agradeço ao senhor pela entrevista.


Mauro Koury - Eu que agradeço. Boa noite!


(Entrevista realizada em 20 de outubro de 2008 por alunos de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Conexão Ciência TV UFPB - Entrevista com o Prof. Mauro Koury sobre a pesquisa Luto e Sociedade do GREM em 26/07/2005



Programa Conexão Ciência UFPB

Assunto: Sociologia da Emoção: O Brasil urbano sob a ótica do luto
Exibição: 26/07/2005





ENTREVISTADO: Prof. Mauro Guilherme Pinheiro Koury, coordenador do GREM - Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções e professor do departamento de Ciências Sociais da UFPB (DCS/CCHLA/UFPB).


TEMA: O luto possui uma representação imaginária muito forte e significativa no Brasil. A cultura contemporânea ainda considera a morte como perda, dor e sofrimento, sendo que nos últimos anos, mudanças vêm ocorrendo no comportamento social e individual, quanto ao luto. Antes, esta expressão era coletiva, através do uso do preto. Com o passar dos anos, o luto vem se tornando individualizado, sendo vivenciado em forma de silêncio.Estudar o luto é uma contribuição da sociologia nos estudos sobre o cotidiano e sua relação com as representações emocionais da sociedade.



Congressos 2009 e Programa Professor Visitante na Temple University

ESA2009: 9ª Conferência Anual da Associação Sociológica Europeia

A Conferência Anual da ESA decorre este ano em Lisboa, entre os dias 2 e 5 de Setembr de 2009 com o tema “European Society or European Societies?”
As primeiras informações sobre o Congresso, formas de registro de propostas, acomodações e atividades sociais podem ser acompanhadas no site http://www.esa9thconference.com/ .

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33º Encontro Anual da ANPOCS - 2009

33º Encontro Anual da ANPOCS acontecerá entre os dias 26 a 30 de outubro de 2009 no Hotel Glória - Caxambu - MG.
Já está disponível o edital para as inscrições de propostas de trabalho para Grupos de Trabalho e propostas para a realização de Mesas Redondas.
Maiores informações no site: http://www.anpocs.org.br/
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VIII Reunión de Antropología del Mercosur (RAM)

Data: 29 de setembro a 2 de outubro de 2009Local: Buenos Aires, Argentina.
Inscrição dos resumos para GT: até 30 de março de 2009.
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VI Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia

Data: 9 a 11 de Setembro de 2009.
Local: Lisboa, Portugal
Envio de Trabalhos: até 6 de Fevereiro de 2009
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II Reunião Equatorial de Antropologia (REA)
XI Reunião de Antropólogos Norte e Nordeste

Data: 19 a 22 de Agosto de 2009.
Local: UFRN - Natal
Envio de Propostas de GTs, Mesas e Fóruns: até dia 12 de Janeiro de 2009.
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Living Cultures Conference 2009

Living Cultures - Contemporary Ethnographies of Culture
Data: 30-31 de março de 2009 (envio de papers até o final de fevereiro de 2009)
Localização: The University of Leeds, UK
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SCHOLAR-IN-RESIDENCE PROGRAM


A Temple University, Philadelphia/PA está oferecendo oportunidade para professores visitantes brasileiros para ministrar aulas, realizar pesquisas e desenvolver atividades de orientação técnica e científica em 2009/2010 na área de Sociology/Women´s Studies. Inscrições até 31 de março de 2009.

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Introduções à Sociologia das Emoções

TURNER, Jonathan H & STEPS, Jan E. (2005). The Sociology of Emotions. Cambridge, Cambridge University Press.
Nesta introdução Turner e Steps buscam passar em revista as contribuições mais importantes para a área que trabalha com a relação emoções e sociedade nos Estados Unidos. Desde as teorias dramatúrgicas e culturais, passando pelo interacionismo simbólico até as teorias estruturais, e pela vinculação e conversas da sociologia com a psicanálise e com a antropologia, este livro permite ao leitor, através de uma leitura convidativa e competente, adentrar e se iniciar nos debates e aprofundamentos acontecidos na área da Sociologia das Emoções americana contemporânea. Leitura essencial para pesquisadores e estudantes interessados na relação emoções e sociedade.
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro (2004). Introdução à Sociologia da Emoção. João Pessoa, Editora Manufatura.
Neste livro Koury procura passar em revista a Sociologia das Emoções no interior da disciplina Sociologia. Faz um balanço dos clássicos, Durkheim, Weber, Marx, Simmel, Tarde, entre outros para discutir a categoria emoções no interior de suas obras. Faz a seguir um balanço do processo de estruturação, consolidação e estado das artes na sociologia das emoções contemporânea e, por fim, faz um estado de artes da sociologia das emoções no Brasil. É um estudo útil para estudantes e professores que trabalham com a categoria emoções em suas pesquisas.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sociologia das Emoções – comentário sobre o artigo « L’expression des émotions et la société » de Maurice Halbwachs (1947)

Este texto póstumo de Maurice Halbwachs, intitulado "L'expression des émotions et la société" publicado no número de 1947 da revista Échanges Sociologiques, do Centre de documentation universitaire de Paris, França, apresenta um interesse triplo ao leitor que busca uma compreensão genética da relação emoções e sociedade. O primeiro interesse se refere à linhagem durkheimiana de Halbwachs: ao descobrir a obrigação social do sentir e a influencia dos grupos sociais, Maurice Halbwachs se torna, ao lado de Marcel Mauss, no mais digno sucessor de Durkheim e, também, em sutil e refinado leitor de Georg Simmel e Max Weber.

O segundo interesse diz respeito ao processo de transmissão das emoções na sociedade: quando o autor trata da problemática da transferência das emoções, reencontra os problemas da memória coletiva, referência central de sua obra, e aborda a questão das emoções em uma temporalidade que afeta a existência individual e coletiva em uma sociedade, e busca compreender como se dá o processo de transmissão das emoções dentro do campo intergeracional.

Ao insistir, por fim, sobre a questão da formalidade e a eficácia das práticas rituais para compreender “a expressão das emoções”, Halbwachs indica o terceiro interesse deste seu artigo à análise da relação emoção e sociedade, que são os caminhos de uma possível superação das oposições clássicas entre expressão e representação, ou entre ritos e emoções.

Enfim, um estudo clássico que não pode passar em branco aos leitores e pesquisadores próximos ou militantes na área temática da antropologia e da sociologia das emoções.

Este estudo está sendo traduzido para ser publicado no próximo número (v. 8, n. 22) da RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção (ISSN 1676-8965), que deverá ser lançada digitalmente no final do mês de abril de 2009. Não perca.

A RBSE pode ser encontrada no site: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/Index.html

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Pesquisa Concluída: "Parque Solon de Lucena: Espaço público, potencial de urbanidade e desenvolvimento da cidade".


A pesquisa "Parque Solon de Lucena: Espaço público, potencial de urbanidade e desenvolvimento da cidade", teve início: março de 2005 - Término: dezembro de 2006.
Esta pesquisa foi um sub-projeto de extensão de um trabalho de pesquisa maior intitulado 'Medos Corriqueiros", En desenvolvimento no GREM, sob a coordenação do Prof. Mauro Koury.
Sua realização se fez necessária como forma de abrir um vínculo com o PROBEX - Programa de Bolsas de Extensão da UFPB - Universidade Federal da Paraíba, e possibilitar uma discussão dos dados da pesquisa maior com o processo de urbanização da cidade de João Pessoa e, no caso, particularmente, o Parque Solon de Lucena, discutindo sua importância para a cidade e para os seus habitantes.
Esta pesquisa teve uma monografia de graduação em ciências sociais defendida no seu interior. O resumo desta monografia pode ser lido na relação dos trabalhos defendidos no interior do GREM.
Alguns artigos publicados:

Resumo: Este artigo objetiva elaborar uma narrativa das formas de ocupação e usos de um espaço urbano da cidade de João Pessoa, de grande visibilidade local, o Parque Sólon de Lucena, mais conhecido como a Lagoa. Parte de um levantamento do humano e da paisagem local e procura elaborar um roteiro narrativo que abarque desde os diversos tipos que ali trafegam, como ocupam o lugar, os problemas e formas de os enfrentar que apontam, até os desenhos de sociabilidades e da memória visual, espacial, temporal e afetiva que possuem do espaço.

  • SILVA, Patrick Cézar. "O Parque Solon de Lucena na Visão de seus Usuários e Frequentadores". In, Mauro Guilherme Pinheiro Koury, (Organizador). Medos Corriqueiros e Sociabilidade. João Pessoa, Editora Universitária / GREM, 2005, pp. 77 a 84.


Resumo: Este ensaio discute as formas de sociabilidade e o uso do espaço na visão dos seus usuários e frequentadores, a partir de um survey realizado pelo GREM no Parque em 2005.

KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. "Um passeio através do Parque Sólon de Lucena. Uma narrativa sobre a emoção pertencer e uso do espaço público". Os Urbanitas - Revista de Antropologia Urbana, Ano 2, vol.2, n.1, 2005. http://www.aguaforte.com/osurbanitas2/Koury.html

Resumo: Para quase todos os informantes com quem conversei durante as várias caminhadas em vários dias da semana e diversos horários durante a minha estada em campo, bem como para o imaginário da cidade, da mídia e das agências de turismo local, o Parque Sólon de Lucena é visto como um grande cartão postal da cidade. Este ensaio busca, deste modo, compreender o conceito e os sentidos de pertença vivenciados pela população de João Pessoa que freqüenta o local, através da narrativa dos informantes sobre o Parque.

Pesquisa "Luto e Sociedade no Brasil Contemporâneo".

Esta pesquisa deu origem a linha de pesquisa "Rituais da Morte, Luto e Sociedade" do GREM. Foi coordenada pelo Prof. Mauro Koury, iniciada em 1994 e concluída em 2001. Teve por objetivo central a compreensão das atitudes contemporâneas em relação ao fenômeno do luto no Brasil urbano. Trabalhou com as vinte e sete capitais brasileiras. O ritual da dor foi o ponto crucial de reflexão.
da relação entre luto e sociabilidade urbana no Brasil do final do século XX e início do século XXI. Estudou as mudanças comportamentais, sociais, culturais e psicológicas ocorridas no homem comum urbano brasileiro nas últimas três décadas do século XX.
Buscou, nela, compreender o significado social do luto e o processo de individuação de quem sofre uma perda. Partiu-se da hipótese de que a morte e sua relação com o mundo dos vivos no Brasil parece ter sido capturada por códigos outros que não os de uma sociedade relacional, estudada por Roberto DaMatta no início dos anos oitenta.

O distanciamento em relação ao morto e aos que o perdem parece ser a característica principal da nova sensibilidade que começa a se formar, tornando-se cada vez mais nítida, na sociedade brasileira urbana dos últimos dez anos. A manifestação pública da dor individual parece ter-se tornado mais e mais estranha ao cotidiano do homem comum, embora este conviva ainda com a indignação por esse estranhamento.

Como objetivos específicos, necessários para o alcance do objetivo central, teve-se, entre outros:

  • o entendimento de como foi internalizado enquanto processo simbólico o significado social da dor no imaginário brasileiro;
  • por quais mudanças tem passado o fenômeno da dor do luto até os dias atuais, e que reações tem enfrentado junto aos homens comuns.

Interessou a este projeto verificar o lado público da dor de quem fica no momento seguinte imediato à constatação da morte. Buscou, também, compreender as expressões de dor, de desespero, de desamparo, ao lado da reunião social onde parentes e amigos presentes bebem, comem e conversam o morto.

O entendimento desse ritual solitário da dor e do ritual social da despedida entrecruzado em gestos, expressões e atitudes, em constante movimento de mudança e permanência é a base de inquietação desta pesquisa.

Relatório Final da Pesquisa "Luto e Sociedade no Brasil:

  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Ser Discreto: Um Estudo do Brasil urbano sob a ótica do luto. João Pessoa, GREM/UFPB, 2001
Livros publicados relacionados à pesquisa:
  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Amor e Dor: Ensaios em Antropologia Simbólica Recife, Edições Bagaço, 2005

Resumo: Este livro busca compreender como vem se dando a construção recente dos laços afetivos na sociedade brasileira urbana atual, a partir dos momentos de crise pessoal e societal ocasionados pela perda de membros de uma comunidade de afeto ou de uma comunidade moral. Visa resgatar a relação entre imagem fotográfica e o trabalho de luto no Brasil urbano contemporâneo.


  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Sociologia da Emoção. O Brasil urbano sob a ótica do luto Petrópolis, Vozes, 2003.
  • Resumo: Este livro é baseado em uma ampla pesquisa em vinte e sete capitais dos estados brasileiros, sobre as representações e o imaginário urbano da classe média, das mudanças e permanências nos hábitos, costumes e rituais do luto no Brasil dos anos finais do século XX e início do século XXI. Neste livro se discute como é visto e sentido o fenômeno do luto, através da criação de interseções entre o imaginário individual e social, e as mudanças comportamentais e sociais no trato da morte e do morrer no Brasil contemporâneo.

  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Uma Fotografia Desbotada: Atitudes e Rituais do luto e o objeto fotográfico. João Pessoa, Manufatura / GREM, 2002.

Resumo: Este livro busca compreender as atitudes e os rituais da dor do luto a partir de um depoimento colhido pelo autor em uma de suas estadas recentes a campo. Tem como limite de análise este único caso escolhido por sua singularidade em relação aos demais depoimentos sobre processos de perda e vivências de luto recolhidos pelos autor neste ano de 1997. A singularidade que motivou a escolha dessa entrevista prende-se ao fato de toda a ritualização do processo de luto e compreensão e introjeção do objeto perdido ter-se realizado em torno de um outro objeto: uma fotografia.



  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro, LIMA, Jacob Carlos e RIFIÓTIS, Theophilos, Organizadores. Cultura & Subjetividade, João Pessoa, Editora Universitária, 1996.

Resumo: A subjetividade, os traços de interiorização formadores do indivíduo social são o tecido que une os textos reunidos nesta coletânea. Em sua polifonia temática, refletem interrelações entre os indivíduos e a cultura e sociedade. Buscam compreender através do processo de construção da pessoa, as formas que são inventadas, criadas, de recuperação a todo instante do exercício de sociabilidade. Autores presentes nesta coletânea: Paulo Henrique Martins (UFPE), Mauro Guilherme Pinheiro Koury (UFPB), Celeste Cordeiro (UECE), Alda Brito Motta (UFBA), Françoise Dominique Valéry (UFRN), Glória Diógen es (UFCE), Jovanka Baracuhy Cavalcanti (UFPB), Edward MacRae (UFBA), Carlos Caroso e Núbia Rodrigues (UFBA), Roberto Motta (UFPE), Roberta Bivar Carneiro Campos (UFPE) e Tamara Tania Cohen Egler (UFRJ).


No interior desta pesquisa foram defendidas 02 dissertações, uma monografia de especialização e quatro monografias de graduação em Ciências Sociais. Os resumos destes trabalhos podem ser vistos neste blog na relação de trabalhos orientados no interior do GREM.

Esta pesquisa teve o apoio do CNPq e da CAPES como bolsas de mestrado e iniciação científica e do Probex-UFPB, em forma de bolsas de extensão.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Pesquisa em Desenvolvimento no GREM

NOME DO PROJETO:

  • "Medos corriqueiros: a construção da semelhança e da dessemelhança entre os habitantes das cidades brasileiras na contemporaneidade".
Esta pesquisa faz parte da linha de pesquisa do GREM “Medos Urbanos, Violência, Ruínas e Construção das Cidades”, e tem por objetivo traçar um mapa dos medos no Brasil urbano atual. Foi dividida em dois momentos de análise:

O primeiro abarcou os anos de 1999 a 2007 e teve a cidade de João Pessoa, Paraíba, como lócus de análise.


O relatório final desta fase da pesquisa pode ser visto em forma de livro, intitulado:




  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. De que João Pessoa tem medo? Uma abordagem em Antropologia das Emoções (JP, Ed. Universitária/UFPB, 2008);


Os resultados desta primeira fase da pesquisa podem ser visto, também, em uma coletânea organizada pelo Prof. Mauro Koury com os subprojetos vinculados a pesquisa maior dos alunos estagiários e bolsistas do GREM, intitulada:


  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro (Org.). Medos Corriqueiros e Sociabilidade (JP, Ed. Universitária/UFPB, 2005);



Além de inúmeros artigos publicados em revistas especializadas nacionais e estrangeiras. Podem ser visto, ainda, no livro:



  • KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro, O Vínculo ritual: um estudo sobre sociabilidade entre jovens no urbano contemporâneo (JP, Editora Universitária/UFPB, 2006).



***



O segundo momento, foi iniciado no final de 2008 e incluiu as demais capitais dos estados brasileiros para análise. Os trabalhos desta segunda fase deverão prosseguir até 2012.

Neste momento, a segunda fase está iniciando o levantamento de dados em algumas capitais do Brasil, e revisando a bibliografia acadêmica e outras sobre o assunto.
Expressões, gestos, posturas, narrativas, imagens e sons serão privilegiados na construção deste painel de medos contemporâneos nas cidades brasileiras.
Esta pesquisa conta com o apoio, em forma de bolsas de pesquisa e extensão, do CNPq, da CAPES e do Probex-UFPB. Conta também com o apoio financeiro do Fundo de Pesquisa da Comunidade Européia.


***
Sugestões, narrativas, imagens, notícias, indicações bibliográficas e outras sobre medos e cotidiano serão bem vindos.

sábado, 24 de janeiro de 2009

RBSE - Revista Brasileira de Sociologia da Emoção


A RBSE - Revista Brasileira de Sociologia da Emoção é uma revista on-line de publicação quadrimestral, com saída nos meses de abril, agosto e dezembro. Seu acesso é gratuito no site:

Fundada em 2002, encontra-se com o vigésimo primeiro número no ar!

O interesse desta revista é de divulgação e consolidação da Antropologia e da Sociologia das Emoções no Brasil e participar do debate desta área de pesquisa em crescimento e expansão acelerada em todo o mundo.
Por suas páginas passaram até agora expoentes da sociologia e antropologia brasileira e mundial que trabalham com a questão das emoções e da subjetividade nas interrelações sociais.
Convidamos você a participar conosco desta empreitada.

O GREM faz 15 anos de atividades initerrupta!

Em março de 1994 o Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia das Emoções, o GREM, foi fundado e reconhecido como base de pesquisa do CNPq junto a Universidade Federal da Paraíba. Durante este percurso desenvolveu e desenvolve pesquisas, extensão universitária, fóruns de discussões, parcerias e consultorias e, principalmente, treinou e formou alunos de graduação e pós-graduação em suas diversas linhas de pesquisa.
Bolsas de PIBIC (iniciação científica), Bolsas PROBEX (extensão universitária), Bolsas do CNPq, CAPES e outras são oferecidas aos seus estagiários e estudantes em formação, bem como a oportunidade de treinamento em estágios voluntários em pesquisa e extensão.
Nestes 15 anos de atividades várias monografias de graduação e especialização e dissertações foram desenvolvidas e concluídas sob orientação e treinamento da equipe do GREM, como se pode ver na listagem editada neste blog.
O GREM tem ainda dois campos de publicação e divulgação de suas pesquisas, bem como do debate internacional de consolidação das áreas de antropologia das emoções e da sociologia das emoções. O primeiro é a Edições do GREM: em convênio com editoras, principalmente com a editora universitária, publica uma coleção intitulada Cadernos do GREM, com resultados de suas pesquisas e debates; O segundo, é a publicação da RBSE - Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, que se encontra, neste ano de 2009, no seu oitavo ano de publicação.
Então, Parabéns ao GREM nestes seus 15 anos de atividade!

Orientações Concluídas no GREM entre 1994 a 2008

Durante os quinze anos do GREM foram treinados alunos em graduação e pós-graduação em seus programas de pesquisas e extensão universitária. Abaixo se encontra uma relação desses alunos que concluíram seus trabalhos de graduação e pós-graduação sob orientação do GREM:

Dissertações e Monografias Defendidas no GREM [Entre os anos de 2000 a 2008]

MATOS, T. C. F. Memória e dádiva em uma rádio comunitária. Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 2000. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho busca discutir, a acompanhar de uma rádio comunitária específica - a Rádio Comunitária Mandacaru FM, localizada na cidade de Fortaleza, Ceará - as possibilidades do fazer comunicativo experimentadas pelo grupo social que gerencia o modo de construção da comunicação e da gestão desse veículo. Estão implicadas no processo relações de dádiva que se chocam constantemente, no cenário capitalista, com as práticas de mercado que põe em risco a própria continuidade do projeto comunitário. Está em jogo ainda a construção cotidiana da memória coletiva da rádio, do lugar e da comunidade através do processo de produção
dos artefatos de comunicação veiculados por esta emissora comunitária. Palavras-chave: rádio comunitária; movimentos sociais; Ceará.
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SOUSA, V. B. Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura: política cultural no discurso de modernização do 'Governo das Mudanças'. Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 2000.(Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta dissertação almeja a identificação e a compreensão dos significados fundamentais relacionados à instituição e ao funcionamento da atual política cultural desenvolvida no Estado do Ceará pelo chamado "Governo das Mudanças", centrando a atenção nos seus maiores significantes: o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Áudio-Visual. A pesquisa se desenvolveu numa perspectiva compreensiva das ações dos atores sociais envolvidos com a implantação desta política cultural, bem como com o pólo tensionador da proposta oficial, representado pelos artistas e produtores culturais, críticos, e mesmo os usuários do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Procuramos entender a cultura no sentido proposto por Geertz, consistindo: "em estruturas de significado socialmente estabelecidas", e a política cultural como manifestação institucional e diretiva das ações deste ambiente cultural, dentro de uma sociedade específica. Assim, distanciando-se de uma crítica meramente valorativa, destacando a importância de construir uma "gramática de significados" como proposto por Geertz e DaMatta, capaz de ajudar na interpretação do tempo e espaço através dos quais o conjunto se apresenta como um todo articulado. Sob esta perspectiva, portanto, tentamos entender como essa política cultural, que nasceu sob o signo da pós-modernidade, dialoga com o urbano quando propõe a transformação de Fortaleza em uma global city, onde a fundação de uma indústria cultural competitiva e a formação de um público consumidor de bens culturais dariam o tom do debate sobre cultura em um Estado em que, apesar de toda propaganda oficial, os indicadores sociais são uns dos piores do Brasil. Palavras-chave: políticas públicas; cultura; Ceará.
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SILVA, M. J. J. A. A violência na escola: as causas e as percepções dos pais. 2000. Monografia (Curso de Especialização a Escola e sua Gestão) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Esta monografia estuda as causas e as percepções dos pais dos alunos matriculados em uma escola municipal de Olinda, Pernambuco, sobre a violência escolar. Palavras-chave: Violência Escolar; Percepção dos Pais; Escola.
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AZEVEDO, C. M. B. de. Família e Escola: Elos de uma sociedade sustentável. 2000. Monografia (Curso de Especialização a Escola e sua Gestão) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Estuda a questão da sustentabilidade social a partir da relação família e escola. Palavras-chave: Escola; Família; Socieade Sustentável.
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SILVA, C. A. O. Movimentos Populares e a Gestão Escolar. 2000. Monografia (Curso de Especialização a Escola e sua Gestão) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute a relação entre movimentos sociais e a escola. Como os movimentos sociais de bairro pode contribuir para a melhoria escolar e como uma gestão pública escoilar democrática pode contribuir para a cidadania. Palavras-chave: Movimentos Sociais; Gestão Escolar; Cidadania.
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SANTOS, M. S. R. Luto e representações da morte em João Pessoa, Paraíba. João Pessoa, Monografia de conclusão de Curso apresentada ao Curso de Ciências Sociais/UFPB, 2000 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia busca compreender os sentidos da perda na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. Para o estudo nos deteremos em uma situação específica: a perda conseqüente à morte física de um ente querido. Tem por objetivo central trabalhar a compreensão dos sentidos de perda em indivíduos que vivenciaram ou se encontram neste processo. Uma outra preocupação será a de identificar as mudanças ocorridas na vida do indivíduo que se encontra ou que vivenciou uma perda nos últimos dez anos, na cidade de João Pessoa. Faz parte de uma pesquisa mais ampla que tem por objetivo central levantar e compreender as atitudes em relação ao fenômeno do luto no Brasil urbano. Palavras-chave: Representações da Morte e do Morrer, Processo de Luto, Cidade de João Pessoa, PB.
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VILAR, M. da C. Medo na Cidade: uma experiência no Porto do Capim. João Pessoa, Monografia de conclusão de Curso apresentada ao Curso de Ciências Sociais/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este estudo visa compreender as atuais vivências do medo na sociedade brasileira urbana contemporânea, mais especificamente, no bairro do Varadouro, situada no Centro Histórico da cidade de João Pessoa, Pb. Repensa a comunidade de um local conhecido como Porto do Capim, através da reconstrução da sua história social a partir da leitura de um material etnográfico, lá realizado, uma bibliografia sobre o sentimento do medo urbano, e identificando imagens de medo na cidade. Esta pesquisa procura tecer, como resultado, uma reflexão crítica sobre a vivência do medo e seus possíveis significados na sociedade paraibana, em seus dias atuais. Palavras-chave: Medo e Cidade; Imagens do Medo; João Pessoa, PB
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DANTAS, J. A. G. Eutanásia e Consciência de Morte. Notas com vistas à subjetividade da questão eutanásia. João Pessoa, Monografia de conclusão de Curso apresentada ao Curso de Ciências Sociais/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: A questão da eutanásia é uma questão importante de ser discutida em uma sociedade, como a ocidental, que evita a morte ou a tem como fracasso tecnológico. Discuto nesta monografia o seu conceito, as visões da sociedade ocidental sobre ele, nas suas formas moral, jurídica, religiosa e social, dando uma atenção especial ao caso brasileiro. Palavras-chave: Eutanasia; Consciência da Morte.
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SANTOS, S. R. R. dos. A Morte e os rituais fúnebres no bairro do Roger. João Pessoa, Monografia de conclusão de Curso apresentada ao Curso de Ciências Sociais/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia buscar discutir o imaginário sobre a morte e os rituais fúnebres que o acompanham em um bairro popular de João Pessoa, o bairro do Roger. O bairro do Roger é um bairro dos mais antigos da cidade e marcado por uma delimitação entre alto e baixo que, por sua vez, também traduz outra delimitação imaginária entre um bairro de classe média (alto) e de classe pobre (baixo), com suas conseqüências de estigmas e preconceitos vários. Busco verificar as idéias de morte e suas ritualizações tendo em vista as delimitações de fronteiras imaginárias e reais existentes no Roger. Palavras-chave: Rituais Fúnebres; Imaginário sobre a Morte e o Morrer; Fronteiras.
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SOUZA, L. C. Ato fotográfico: sociabilidade e significação de mundo. Monografia. Joâo Pessoa, CCS/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: A intenção central desse trabalho é discutir o ato fotográfico como ato de sociabilidade e significação de mundo. Partiu-se da concepção de que a fotografia é uma construção simbólica, um texto visual que envolve inúmeras escolhas, tais como: a do equipamento, do objeto a ser clicado, do ângulo de tomada, do formato da foto, do tipo de filme, de papel, enfim até a última escolha que é a edição da foto a ser publicada. Através da realização de entrevistas com fotógrafos profissionais de João Pessoa - PB, a pesquisa busca compreender os critérios envolvidos em duas categorias analíticas desenvolvidas por Koury no projeto Sobre os Silêncios da Fotografia e essenciais no ato fotográfico. A primeira, responsável pelos silêncios contidos no fora fotográfico, de tudo que foi abandonado pelo enquadramento no momento do clique, e a segunda, referente ao cemitério de imagens, constituído pelas fotografias arquivadas, vetadas ao público. Esse trabalho tenta perceber como alguns aspectos do imaginário social da profissão de fotógrafo. Busca-se perceber como eles se iniciaram no ofício, como concebem a atividade e a profissão fotográficas, como se diferenciam dos fotógrafos amadores, como concebem a fotografia, entre outros aspectos, com a intenção de compreender como se configura o olhar fotográfico a partir do grupo entrevistado. Palavras-chave: Ato Fotográfico; Sociabilidade; Construção Simbólica.
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FARIAS Jr., E. F. de. Fotojornalismo de Homicídio. Uma leitura compreensiva da Folha de Pernambuco, 1999-2000. João Pessoa, Monografia de conclusão de Curso apresentada ao Curso de Ciências Sociais/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia problematiza a fotografia e o seu papel na imprensa popular brasileira. Especificamente, discute o caso do jornal Folha de Pernambuco, nos anos de 1999 a 2000, através de uma análise do fotojornalismo de homicídio nele praticado. Palavras-chave: Fotojornalismo; Sofrimento Social; Imprensa Popular.
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LEITE, E. L. Ingressos e Egressos: uma análise institucional do perfil acadêmico no curso de ciências sociais, do Centro de Ciências Humanas. Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba, Campus I. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2001 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Nesta monografia busco realizar uma análise institucional do Curso de Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba – Campus I. Nela, o Curso de Ciências Sociais é passado em revista, desde o seu surgimento em 1994 até o primeiro semestre de 2000. Nesta avaliação, procurou-se compreender o desempenho e o perfil acadêmico perseguido pelo curso e pela comunidade que dele faz parte. Palavras-chave: Análise Institucional; Curso de Ciências Sociais da UFPB; Ingressos e Egressos.
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SANTOS, M. S. R. dos. Um espaço relacional? Os rituais da morte no bairro da Ilha do Bispo, João Pessoa, PB. Dissertação. João Pessoa, PPGS/UFPB, 2002.
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Resumo: Esta dissertação busca compreender os rituais da morte em um bairro popular, da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, chamado Ilha do Bispo. Parte da hipótese de que, apesar de contar ainda com padrões culturais de pessoalidade intensa, o bairro da Ilha do Bispo sobre um processo de mudança acelerada dos padrões comportamentais relacionados à morte e ao luto. Muitas vezes não mais encontrando nas trocas relacionais próximas o apoio necessário à introjeção da perda de um ente querido e vivendo muitas vezes situações ambíguas ligadas ao padrão de impessoalidade que vem se estabelecendo na sociedade mais ampla, em que está inserido. Palavras-chave: Morte, Processo de Luto, Pessoalidade e Impessoalidade.
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CORREIA, L. G. P. de S. Imagem Fotográfica e memória. Templo de Angola Xango Catulho Onicá no Zambe através de um acervo particular de fotografias. Dissertação. João Pessoa, PPGS/UFPB, 2002.
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Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar os sentidos atribuídos ao arquivo de fotografias pertencentes à mãe-de-santo do Templo de Angola Xangô Catulho Onicá no Zambe, terreiro de candoblé de angola situado em João Pessoa, e a forma como tais significados são revelados no decorrer do processo da pesquisa. O acervo fotográfico é a base material que serve de marco às recordações da mãe-de-santo e as interpretações que faz destas lembranças com o olhar presente e com os códigos sociais que compartilha com os integrantes da sua casa. Em um universo simbólico de entidades liminares, os álbuns têm como finalidade a busca por uma demarcação dos espaços externos e internos do terreiro. As suas fotografias constituintes são ferramentas de orientação do grupo nas relações entre os indivíduos e outros tantos grupos em sociedade. As imagens fotográficas alimentam as memórias que dão conteúdo ao tempo apreendido e expressado subjetivamente e que identifica e especifica o Templo de Angola Xangô Catulho Onicá no Zambe. Os álbuns assim representam um projeto levado a cabo individualmente, segundo as representações simbólicas da mãe-de-santo do terreiro, conformadas através da dinâmica das relações sociais que se estabelecem dentro e fora do grupo religioso que lidera e da maneira como interpreta os elementos daí suscitados. Palavras-chave: arquivos de fotografias, mãe-de-santo, Templo de Angola.
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PALITOT, E. M. Tamain chamou nosso Cacique: a morte do cacique Xicão e a (re)construção da identidade entre os Xukuru do Ororubá. Monografia. Joâo Pessoa, CCS/UFPB, 2003 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho é, em sua essência, um exercício. Inicio com ele a árdua tarefa de uma pesquisa acadêmica. O seu eixo principal é a relação entre a construção de Xicão como líder e mito e a reconstrução e reelaboração de práticas culturais como formas de superação da situação de dominação vivenciada pelo grupo étnico. Neste ponto pretendo observar o entrecruzamento entre a etnicidade, a política, a religião, o medo e a superação individual e coletiva deste como um projeto de reordenamento social, levado adiante pelos próprios Xukuru, grupo indígena sobre o qual pesavam e ainda pesam muitas formas de dominação, controle e negação. A imagem (fotográfica e videográfica) entra, neste momento, como um elemento metodológico de suma importância, dada a quantidade de material produzido sobre os Xukuru (e pelos Xukuru) nos últimos dez anos. Através tanto da eloqüência, quanto aos silêncios das imagens, podemos reconstruir uma parte importante da história recente dessa etnia. Palavras-chave: Práticas Culturais e Simbólicas; Xicão; Xucurus; Medo e Sociedade.
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GIULIETTI, F. de A. De Ernesto a Che: A construção de um mito. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2003 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: O objetivo deste ensaio monográfico é relacionar a vida e os ideais do líder revolucionário argentino Ernesto Guevara de la Serna, o Che (que, a nosso ver, teve um papel fundamental dentro da história contemporânea da esquerda, principalmente após a vitória da Revolução Cubana em 1959), com a imagem que temos dele hoje, ou seja, a estampa na qual se transformou seu rosto e que aparece exaustivamente dentro da sociedade moderna como um símbolo de marketing, e analisar, dentro desta perspectiva, se há algum grau de correlação entre a vida (ideologia) do Che e a sua imagem atualmente. Palavras-chave: Che Guevara; Imagens e marketing; Ideologia.
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SOUZA, A. P de. Uma análise do bairro de Cruz das Armas sob a ótica do medo. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2003 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia desenvolveu-se enquanto subprojeto do projeto maior "Medos Corriqueiros, a construção da semelhança e da dessemelhança entre os habitantes urbanos brasileiros na contemporaneidade", realizado no GREM - Grupo de Pesquisa em Antropologia e Sociologia da Emoção, sob a coordenação geral do Professor Mauro Koury. Tem por objetivo compreender como se processa o imaginário do medo no urbano contemporâneo, através da trajetória de construção e reconstrução do bairro de Cruz das Armas, localizado na cidade de João Pessoa, Paraíba. Como metodologia, foi realizada uma revisão bibliográfica juntamente com a entrada à campo, onde utilizamos os métodos da observação participante regada por conversas informais, bem como entrevistas gravadas. Sendo um dos bairros mais antigos da cidade de João Pessoa, Cruz das Armas vem passando atualmente por uma reconstrução que tem como pano de fundo a instalação de uma cultura do medo, proveniente da crescente violência e estigma que ronda o local. Essa nova cultura, tem modificado o cotidiano dos moradores daquele bairro no que tange as suas relações sociais de forma significativa. Diante da discussão estabelecida até aqui, podemos dizer que os moradores do bairro de Cruz das Armas vem criando novas formas de sociabilidade a medida que o bairro e as relações estabelecidas em seu cotidiano tornam-se mais tensas e revestidas pela cultura do medo. Assim, Cruz das Armas vem criando e recriando formas relações sociais e diversas formas de sociabilidades diante do quadro de modernização individualista e violência que emerge em sua organização. Palavras-chave: Medo e Cidade; Imaginário do Medo; Sociabilidade.
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SILVA, R. G. da. Tambiá - Medo, cultura e sociabilidade. Um estudo sobre o bairro de Tambiá, João Pessoa, PB. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2003 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia buscou estudar o comportamento urbano dos moradores da cidade de João Pessoa, sobretudo do bairro de Tambiá, abordando a discussão entre medo e sociedade. É parte integrante de uma pesquisa maior em desenvolvimento no GREM. Nela pretendeu-se analisar os processos formadores do imaginário e das práticas de medos, e os processos de sociabilidade entre os moradores em um bairro de classe média, o de Tambiá. Para que a compreensão da formação do imaginário social sobre o medo no bairro de Tambiá, buscou-se compreendê-lo através da ótica dos habitantes e suas narrativas, identificando os elementos que o informam. Palavras-chave: Imaginário e Práticas do medo: Medo e Cidade; Sociabilidade.
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SOUSA, A. G. L. Tambaú: Pertença e fragmentação, sob uma ótica do medo. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2004 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Nesta monografia busco perceber como o medo enquanto modelador das relações sociais e das formações societárias é vivenciado pela população residente e freqüentadora do bairro de Tambaú, lócus de minha investigação. Na análise do imaginário dos habitantes de Tambaú, percebi o medo no formular de situações rotineiras, orientando a forma como os indivíduos direcionam suas formas de vivência no bairro e a delimitação de fronteiras simbólicas entre os diferentes indivíduos que o compõe. Integrando assim pessoas que se reconhecem por alguma semelhança que as aproxima, ao mesmo tempo em que separando indivíduos pelo estranhamento gerado pelas diferenças. Ou seja, procurei perceber o medo sempre presente enquanto mediador das relações, orientando o contato entre as pessoas num ambiente comum e produzindo uma trama interna responsável pela movimentação destas mesmas relações. Palavras-chave: Medo e Cidade; Fronteiras Simbólicas; Sociabilidade.
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SILVA, A. V. da. Sob a ótica do medo: um estudo de caso no bairro dos Estados, João Pessoa, Paraíba. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2004 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: O presente trabalho busca estudar o Bairro dos Estados da cidade de João Pessoa sob a ótica dos medos corriqueiros. Um dos fatores identificados na composição dos medos existentes nesse Bairro é o de que há um estranhamento de seus moradores em relação aos transeuntes e moradores das áreas circunvizinhas, consideradas mais pobres. Observou-se, também, uma composição de pequenos bairros dentro do próprio bairro, uma região fronteiriça, tratando-se de áreas com casas mais simples, localidades estas onde os laços de vizinhança são mais estreitos e há uma certa solidariedade presente na sociabilidade do grupo. Enfim, temos uma sociabilidade pautada no isolamento, individualismo que incorrem num processo de exclusão social, mas há também uma face que quer trazer a subjetividade à tona. É uma relação ambivalente onde a reserva e a solidão convivem com solidariedade e sensibilidade. Aqui o outro é um semelhante que não é visto enquanto tal, mas como uma ameaça em potencial. O medo surge como um elemento que configura a sociabilidade urbana. Palavras-chave: Medo e Cidade; Medos Corriqueiros; Sociabilidade; Individualismo; Exclusão Social.
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TRAVASSOS, L. N. Religiosidade evangélica contemporânea através da mídia: uma análise sociológica sobre as imagens construídas pela mídia como paradigma na conformação de uma nova cultura religiosa. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2003 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho objetiva perceber a nova relação dos espaços cúlticos com a mídia, e os processos de mudança e possíveis conflitos que possam ser gerados pelo individualismo, secularismo, sincretismo e outros, criando uma nova geração de adoradores atomizados, sem um compromisso de corpo, provocando uma ruptura no sentido de igreja, Eclésia, no sentido de comunhão. Nosso propósito é o de percebermos as formas midiáticas como um braço extensivo de interação entre as estruturas de conformação social e seu público. Buscamos, também, analisar como o fenômeno religioso se comporta e interage através da linguagem comunicacional fomentada pela mídia. Palavras-chave: Religiosidade Evangélica; Mídia; Nova Cultura Religiosa.
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CLAUDINO, W. C. Globalização e música de protesto dos anos '90. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2004 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: A partir da década de ‘90 o sistema capitalista operou importantes modificações na sua composição, dentre as quais destacamos o processo de globalização. Processo que sintetiza as novas configurações do sistema econômico mundial, baseado na flexibilização do trabalho enquanto instrumento de maximização de lucros e redução de perdas decorrentes de crises como a da década de ‘70. Os impactos daí decorrentes promoveram importantes processos de resistência, como os movimentos antiglobalização, que procuraram, cada qual a seu modo, se posicionar de maneira contrária às conseqüências do modelo vigente. A juventude, que tem como uma de suas características históricas mais marcantes a contraposição ao sistema capitalista, construiu nesta década de ‘90 significativo processo de crítica, perceptível numa vasta produção musical. Identificamos uma série de artistas engajados em ações e composições de uma música de protesto que procura discutir os impactos relacionados à temática da globalização, tais como os de ordem subjetiva (promovidos pela intensa mercantilização da vida social e pelas novas formas de organização do trabalho), o estado neoliberal, os processos de imigração internacional. Palavras-chave: Globalização; Música de Protesto; Juventude.
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CAVALCANTE, J. P.de L. Envelhecimento e morte no mundo ocidental contemporâneo. Monografia (Especialização). João Pessoa, II Curso de Especialização em Gerontologia, UFPB, 2004 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia procurou discutir como o conveito de envelhecimento e morte são vistos e sentidos, hoje, no mundo ocidental. Faz uma análise da morte e do morrer nas sociedades contemporâneas e discute o sentido dado às pessoas idosas. Palavras-chave: Envelhecimento; Morte e Morrer; Ocidente.
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ALMEIDA, A. P. Sociabilidade, pertença e medos corriqueiros: estudo de uma rua no bairro de Valentina de Figueiredo, João Pessoa, Paraíba. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2005 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia versa sobre a formação do Imaginário e dos Medos Corriqueiros no bairro do Valentina de Figueiredo na cidade de João Pessoa -PB. Este trabalho é parte de uma pesquisa maior desenvolvida no GREM. A pesquisa foi desenvolvida por meio de mapeamentos e observações etnográficas dos ambientes e formas de sociabilidade e sociação no bairro, e entrevistas com seus moradores.Tem por objetivo, enfim, analisar e compreender as formas de ocupação e de sociabilidade em um bairro popular da cidade de João Pessoa, o Valentina Figueiredo, através da ótica dos medos no urbano. Palavras-chave: Medos Corriqueiros; Pessoalidade; Representação Social; Medos no Urbano.
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CAVALCANTE Fo, F. A. V. Convívio e interação social: os códigos de afeição e de estranhamento, os medos corriqueiros e a sociabilidade em uma rua. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2005 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: O presente trabalho é parte integrante de um projeto maior em desenvolvimento no GREM. Tem como objeto o bairro de Mangabeira, localizado em João Pessoa, PB. Bairro que apresenta um processo de urbanização recente, sendo este parte de um projeto para a construção de habitações populares no Estado. O objetivo deste trabalho é discutir e compreender o processo de formação do imaginário e as relações sociais permeadas pela presença do medo. Uma construção social significativa formadora de sociabilidades, que interpõe indivíduos e grupos em um processo constante de estranhamento, enquanto projeções sobre as ações possíveis de um outro. Este trabalho buscou, através da observação participante, descrever o cotidiano e o processo de formação do bairro, discutindo o espaço de sociabilidade formado sobre a presença dos medos. Palavras-chave: Medo e Cidade; Sociabilidade.
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SOUZA, L. C. João Pessoa à Noite. Um estudo sobre vida noturna e sociabilidade, 1920 a 1980. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2005 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia tem por finalidade fazer um recorte, visual e imaginário, da cidade de João Pessoa, através do lazer e do circuito noturno, passando pela rota em que se deu o seu crescimento e urbanização, através dos bares, restaurantes e lugares de entretenimento, no que constituía a boemia da cidade. Nesta pesquisa, tento fazer um mapa do trajeto noturno da cidade, quando seu fluxo se deu inicialmente nos anos de 1960 e a rede econômica ainda era restrita ao Centro e ao Varadouro, onde se desenvolveu inicialmente a economia local, a moradia e a zona boêmia e noturna. Com a expansão da cidade para a orla, se dá simultaneamente a decadência do Centro como meio de lazer, o qual vai se deslocando paulatinamente para a orla marítima e, principalmente, para o bairro de Tambaú. No final dos anos 70, com o crescimento da Universidade e a concentração de professores e alunos vindo de outras cidades, estimulam-se mudanças nas formas de sociabilidade, no contexto de uma perspectiva política, artística e boêmia. Palavras-chave: Lazer; Circuito Noturno; Boemia; Sociabilidade; Crescimento Urbano.
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SILVA, P. C. Memória Social e Sentimento de Pertença: Um estudo sobre o Parque Solon de Lucena, João Pessoa, PB. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2006 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Esta monografia tem por finalidade fazer um estudo sobre memória e pertença de um dos lugares tidos como 'cartão postal' da cidade de João Pessoa, o Parque Solon de Lucena, também conhecido como Lagoa, através do imaginário e sociabilidade no interior da cidade, passando por uma discussão sobre o seu crescimento e urbanização. Palavras-chave: Memória Social; Pertença; Sociabilidade; Crescimento Urbano; Parque Solon de Lucena.
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MELO, A. L. G. de. A família na escola: O papel dos pais na educação dos filhos. 2006. Monografia (Especialização em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute, a partir da vivência cotidiana em uma escola da rede municipal de Olinda, Pernambuco, o papel dos pais e o diálogo possível entre escola e família, para o aprimoramento da educação infano-juvenil. Palavras-chave: Família; Escola; Educação; Cidadania.
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SILVA, M. Educação sanitária e ambiental como solução da problemática ambiental da cidade de Jaboatão dos Guararapes. 2006. Monografia (Especialização em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute a problemática ambiental e os sérios problemas sanitários enfrentados pela população mais carente do município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Enfatiza as relações do homem com o meio ambiente e a questão da educação sanitária. Palavras-chave: Educação Ambiental; Educação Sanitária; Jaboatão dos Guararapes.
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VELAME, E. I. O papel do gestor frente a violência nas escolas: uma mediação necessária. 2006. Monografia (Curso de Especialização Em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute o papel do gestor escolar em relação à problemática da violência escolar. Temn por base uma escola estadual da cidade do Recife, Pernambuco. Palavras-chave: Violência; Violência Escolar; Gestão Escolar.
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QUEIROZ, M. E. V. de. O papel do gestor público na questão da violência escolar. 2006. Monografia (Curso de Especialização Em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Utilizando dados de uma pesquisa aplicada em uma escola pública de Pernambuco, analisa o papel do gestor escolar frente a questão da cviolência nas escolas. Palavras-chave: Gestor Público; Violência; Violência Escolar.
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BARBOSA, M. R. Preservação do meio ambiente: a conscientização do papel do cidadão na escola e na sociedade. 2006. Monografia (Curso de Especialização Em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute a questão da educação ambiental e o papel da escola na formação do indivíduo cidadão e na preservação do meio ambiente. Palavras-chave: Preserva~]ao Ambiental; Cidadania; Escola.
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PAZ, M. M. da. Violência nas escolas. 2006. Monografia (Curso de Especialização Em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Com dados sobre a violência escolarf no estado de Pernambuco, analisa a questão da violência nas escolas públicas estaduais. Palavras-chave: Violência; Violência Escolar; Disciplina; Instituição Escolar.
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CAMPOS, M. C. M. Violência, comunidade e gestão escolar. 2006. Monografia (Curso de Especialização Em Gestão Escolar) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Discute as difíceis relação no exercício de uma gestão pública escolar entre violência e pobreza. Levanta questões pertinentes ao trabalho do gestor na comunidade em que a escola encontra-se situada, envolvendo-a em pról da diminuição da violência social e escolar. Palavras-chave: Violência; Violência Escolar; Gestão Escolar; Comunidade.
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COELHO, E. B. Construindo Soldados: Uma análise do processo de formação dos soldados da Polícia Militar da Paraíba. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2006 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Seguir um profissional em sua trajetória institucional pode mostrar um importante modo de dignificar-se o homem e a maneira pelo qual pode se provê de sentido a vida de uma pessoa em uma sociedade. Fazer parte do universo social de uma instituição profissional representa uma fonte mais ou menos douradora, de onde os indivíduos podem capturar o seu valor e status sociais satisfazendo, assim, para si mesmo e para os seus pares uma possibilidade de perseguir uma vida considerada como significativa. A inclusão de um indivíduo ao grupo profissional poderá implicar em uma aceitação voluntária do grupo pelo individuo, transformando-o em um grupo de status, de referência e de participação social de primeira grandeza para toda sua vida social. No caso da carreira militar, mais especificamente a Policia Militar a qual se direciona a análise aqui empregada, pode-se dizer que este profissional tem a sua vida social representada como uma vida normativa rígida e experimentada como uma vida regulamentar. Em uma carreira militar, o controle da vida intima do individuo passa a ser um fato organizacional e institucionalizado, pois a policia militar é uma instituição onde hierarquia e disciplina são mais do que classificações e divisão de espaço, elas agem como símbolos e valores sociais que norteiam toda a vida de seus agentes. Nesta monografia se analisa o curso de soldados que foi realizado no Centro de Ensino da PM-PB, em João Pessoa , onde formou-se 150 jovens, aprovados em concurso público. Palavras-chave: Formação de Soldados; Hierarquia; Disciplina; Instituições Totais; Polícia Militar da Paraíba.
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NASCIMENTO, E. E. S. Préstito do amor indigente: As ligações perigosas entre amor e ideologia. Monografia. João Pessoa, CCS/UFPB, 2007 (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar um tipo específico de expressão afetiva do homem moderno com base na contraparte social implicada pelas relações inter-humanas constitutivas do fundamento da sociedade. Aborda o fenômeno amoroso (passando rapidamente pelas nuanças do enamoramento e da paixão, que também constituem fenômenos específicos) a partir da relevância sociológica presente em sua dimensão apreensível. O locus de empreendimento dessa abordagem situa-se no entre lugar sócio-literário do discurso afetivo presente nas letras do cancioneiro carnavalesco tradicional referentes ao gênero musical conhecido por marchinhas. Palavras-chave: Expressão Afetiva; Fenômeno Amoroso; Marchinhas.
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TEIXEIRA, K. A. S. A historicidade e a preservação da mata atlântica do Engenho Uchoa. 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo descrever os programas de preservação da mata atlântica do Engenho Uchoa, Pernambuco e o cotidiano dos moradores que vivem em suas margens. Descreve o pouco caso dos 'programas de preservação ambiental' e a necessidade de uma educação ambiental na área. Palavras-chave: Engenho Uchoa; Preservação Ambiental; Cotidiano.
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GRANJEIRO, O. P. A presença do Canal da Malária no cotidiano dos moradores da Favela V-8, Olinda-PE. 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o cotidiano dos moradores da Favela V-8, em Olinda, Pernambuco, situada em torno de um esgotamento sanitário a céu aberto denominado Canal da Malária. Palavras-chave: Cotidiano; Questão Urbana; Pobreza.
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SANTOS, M. V. dos. Crescimento populacional desordenado em Maranguape II (Paulista-PE). 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o crescimento populacional desordenado em Maranguape II, no município de Paulista, Pernambuco. Palavras-chave: Impacto Populacional; Questão Urbana; Maranguape II.
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GONÇALVES, L. Impactos ambientais provenientes das construções desordenadas no entorno do Forte de Pau Amarelo (Paulista, PE). 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar os impactos ambientais na orla marítima do município de Paulista, Pernambuco, motivados pela ocupação desordenada do lugar. Palavras-chave: Impactos Urbanos; Impactos Ambientais; Paulista, Pernambuco.
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BRAGA, A. C. S. O meio ambiente e as suas problemáticas. 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a problemática do meio ambiente a partir da prática educacional. Palavras-chave: Meio Ambiente; Ensino; Prática Escolar.
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LOPES, M. D. S. Pedra do Reino: A tragédia que virou festa no sertão pernambucano numa abordagem construtivista. 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Objetiva discutir a atual festa da Pedra do Reino no sertão pernambucano, a partir de uma vivência escolar em classes de escolas públicas sertanejas e recifences, tendo a festa e o romance de Ariano Suassuna como cenários. Palavras-chave: Festa; Tragédia; Pedra do Reino; Expressão Afetiva; Vivência Escolar.
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ALBUQUERQUE, M. L. Preservação do meio ambiente: Uma abordagem teórica sobre a questão do ensino e da prática ambiental. 2007. Monografia (Curso de Especialização em O Ensino da Geografia e a Questão Ambiental) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir o papel da escola na questão da preservação do meio ambiente. Palavras-chave: Questão Ambiental; Prática Escolar; Relação Ensino e Presevação do Meio Ambiente.
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CAMPOS, R. B. C. Sociabilidade, Medo e Estigma no contexto urbano contemporâneo: o bairro do Roger na cidade de João Pessoa - PB. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Curso de Ciências Sociais) - Universidade Federal da Paraíba, Programa de bolsas de extensão. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir o bairro do Roger, na cidade de João Pessoa, Paraíba, através dos conceitos de sociabilidade, estigma e medo. Palavras-chave: Bairro do Roger; Sociabilidade; Estigma; Medo.
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Dissertações e Monografias Defendidas no GREM [Entre os anos de 1994 a 1999]
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MENEZES, J. R. As formas da política: uma análise sobre a produção intelectual autonomista no Brasil (1978-1985). Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1994. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho investiga a questão das formas que assumem a atividade política no espaço público do capitalismo e as metamorfoses dos sujeitos políticos face a estas formas. Analisa este tema a partir da produção intelectual dos autonomistas brasileiros (Sader, Chauí, Garcia, Paoli, Telles, Daniel, etc.) entre os anos de 1978 e 1985. Palavras-chave: atividades política; capitalismo; produção intelectual.
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OLIVEIRA, R. V. A CUT somos nós... A experiência-CUT e a questão da participação no imaginário dos militantes que atuam na Paraíba. Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1994.(Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho aborda o imaginário dos militantes que vivenciam a experiência-CUT na Paraíba, especificamente quanto à questão da participação. A partir de suas falas, busca apreender aspectos das dinâmicas ali instituídas e de como os sujeitos tem se colocado diante delas. Observa, inicialmente, que as suas imagens sobre os primeiros momentos de tal experiência atribuem uma importância central para a participação. Mas, por outro lado, as imagens sobre o seu momento atual evidenciam todo um peso à "dinâmica da disputa interna" e a uma percepção da CUT como "direção", "estrutura" e "espaço de acúmulo de forças" visando um "projeto mais global". O que se mostra em tensionamento com a centralidade da participação. É frente a tal dinâmica que os sujeitos se colocam quando de seu envolvimento com a referida experiência. Se o lugar que estes reservam para si, no seu próprio imaginário, se apresenta ambíguo, eles próprios sugerem que as pessoas, seja enquanto "bases", seja mesmo enquanto "militantes" e "dirigentes", se afirmam ao resistirem às situações que lhe são impostas. Mesmo que um esforço de auto-afirmação dos sujeitos, sustentado em atitudes de resistência, não configure necessariamente um projeto, onde a busca do "ser sujeito" apareça como algo a ser perseguido. Palavras-chave: militantes; dirigentes; resistência.
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FANCELLO, A. M. S. de S. Os Herdeiros de Gutemberg: (Processo representacional entre os tipógrafos do Recife). Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1995. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho contém observações e reflexões sobre a atividade profissional na tipografia. Tem por objetivo procurar compreender a realidade nesse universo a partir do fluxo de representações que povoam o imaginário da categoria, onde habitam memória, símbolos e técnica, no qual o trabalhador reconhece a si e a sua sociedade. Palavras-chave: tipógrafos; tipografia; memória.
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BARRETO, M. C. R. Imagens da Cidade: a idéia de progresso nas fotografias da Cidade da Parahyba (1870/1930). Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1996. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: A proposta desta dissertação é discutir as idéias de progresso e desenvolvimento urbano na cidade da Parahyba (João Pessoa) construídas e veiculadas através da fotografia no período de 1870 a 1930. Desejamos verificar que tipo de imagem da cidade da Parahyba é transmitida através dessas fotografias, quando a cidade respirava um ar de progresso e reformas urbanas, ao mesmo tempo em que a pobreza e suas más condições de vida contrastavam com os novos ventos que varriam a capital da província. Procuraremos observar se e como as temáticas, escolhidas pelos fotógrafos da época para representar a vida social, construíram e/ou colaboraram com um projeto de desenvolvimento e com os esforços de disciplinamento dos indivíduos através das transformações urbanas nesse momento. Palavras-chave: imagens; urbanização; desenvolvimento.
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LIRA, B. S. Fotografia na Paraíba: um inventário através do retrato (1850/1950). Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1997. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: A proposta desta dissertação é inventariar os fotógrafos que atuaram no Estado da Paraíba no período compreendido entre o ano de 1850 a 1950, tendo como fonte iconográfica principal o retrato nos álbuns de família. Dividimos o recorte de cem anos em três fases, baseando-se na itinerância e permanência dos fotógrafos no Estado. A primeira (de 1850 a 1900) corresponde ao período de maior itinerância e presença de estrangeiros (lato sensu); a segunda (de 1901 a 1921) se caracteriza pela consolidação desses profissionais e de seus estúdios, escola de novos fotógrafos. Este inventário é pretexto para uma discussão sobre os usos e funções da fotografia na sociedade paraibana do período analisado. Palavras-chave: fotógrafos; álbuns de família; retratos.
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LEITE, M. S. F. V. A Educação e a Morte. 1999. Monografia. (Curso de Especialização em Pedagogia) - Fundação do Ensino Superior de Olinda. Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury.
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Resumo: Esta monografia tem por objetivo inventariar os relatos e discursos infantis sobre morte na prática cotidiana do ensino em duas escolas, uma pública e outra particular, na cidade do Recife, Pernambuco. Palavras-chave: Morte; Morrer; Narrativas e Discursos sobre Morte; Cotidiano Escolar.
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HONORATO DE OLIVEIRA, R. C. Se essa cidade fosse minha... A experiência urbana na perspectiva dos produtores culturais de João Pessoa. Dissertação de Mestrado. João Pessoa, PPGS/UFPB, 1999. (Orientador: Mauro Guilherme Pinheiro Koury).
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Resumo: Este trabalho se dispõe a uma análise da percepção da cidade de João Pessoa através das construções imaginárias dos produtores de cultura locais. É uma tentativa de interpretação da dinâmica urbana e dos símbolos representativos da cultura local, a partir da discussão do reconhecimento que os produtores culturais constróem do processo de identificação de características urbanas peculiares que permitem uma captura da cidade que compreendem como sua. Um reconhecimento pautado por um sentimento tenso e entranhado de pertença, que reflete e estimula o fenômeno da memória, da evocação de raízes simbólicas, por meio da qual essa identidade é possibilitada. Pretende também configurar, no panorama urbano, os sentidos e sentimentos das influências presentes, local e globalmente, que atingem a configuração dos lugares, procurando compreender os sentidos de resistências localizadas a influências nocivas da modernidade, através da apropriação de uma identidade urbana, centrada numa relação interativa como produtores e como cidadãos com a cidade que reconhecem como sua. Uma reflexão que redunda no registro de um pensamento contemporâneo sobre a cidade, através dos diversos depoimentos, cujas questões abordam o desenvolvimento urbano, as intervenções públicas, a qualidade de vida, a vocação turística, o patrimônio histórico, a proteção ambiental e paisagística, a produção cultural, o lazer público e as perspectivas de futuro. Questões que emergem e são fomentadas através da reflexão sobre a importância da busca das raízes e da valorização das potencialidades culturais locais no processo de reconstituição de mapas urbanos subjetivos, provocadores de movimentos de indignação e de iniciativas de proteção da cidade de possíveis intervenções estereotipadas e descaracterizadoras, ao mesmo tempo que despertam ansiedades positivas de visões de sua cidade inserida e adequada aos circuitos turísticos mundiais, revisitando-a como contemporânea em um mundo globalizante, num conflituoso sentido de vigilância que parece permear os discursos entre a conservação e a modernidade. Esses liames polifônicos configuram as linhas perseguidas por este trabalho sugerindo a conformação de redes de significados que instituem uma cidade e sua identidade. Ao final são apresentadas algumas reflexões sobre a relação entre a cidade real e a cidade querida pelos produtores de cultura, através da análise de caminhos estratégicos para a construção do futuro. Palavras-chave: produtores culturais; cidade; identificação.
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